segunda-feira, 28 de novembro de 2011

In Between days


"
Do you remember, chalk hearts melting on a playground wall
Do you remember, dawn escapes from moonwashed college halls
Do you remember, the cherry blossom in the market square
Do you remember, I thought it was confetti in our hair
" Kayleigh - Marillion

Ainda lembro dos versos que eu fiz
Dos beijos que dei
De quão suave é sua pele
E do calor do seu corpo.

Ainda lembro das nossas madrugadas em claro
Do seu sorriso
Do desenho do seu rosto
Da luz do luar delineando seu corpo.

A pele macia, seu perfume, seu cheiro
Das nossas longas conversas até o amanhacer
De tudo aquilo que te torna única.

E desejaria manter estes momentos suspensos,
Pelo seu necessário tempo, até que nossos universos se alinhem
E seus sonhos sejam novamente meus.

Esperando aquele único instante
Onde a vida se simplifique
E meu mundo seja outra vez somente seu.

"
remember how it used to be
when the stars would fill the sky
remember how we used to dream
those nights would never end
those nights would never end
" To wish Impossible things - The Cure

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tudo aquilo que nos define


"
Eu me apresento em alto e bom som,
para que todos possam ouvir.
Cara sagaz e cascudo, direto do Andaraí.
Eu vou do M para o A,para o R, para o C, para o E, para o L, para o O 

...
Revolução eu vou fazer de maneira diferente: 

tiro o ódio do coração e tento usar mais a mente.
Botam barreiras no caminho mas sou persistente. 

Posso cair, mas me levanto e sigo em frente. " Stab - Planet Hemp

Em maio de 2010, estive na terra de meus antepassados, a Polônia. Inevitavelmente como mostra a foto do post de hoje, estive em Auschwitz. A frase escrita na entrada "O trabalho liberta" impressiona, assim como o próprio local bem como sua história de dor e pelo absurdo que o ser humano pode chegar quando está cego pelas suas ambições e ideologias.

Quando decidi visitar a Polônia, lembrei-me que minha avó uma vez disse a minha mãe e tias que nossa história havia terminado na fuga durante a guerra e que não haveria mais nada a fazer por lá. Sem querer ser desrespeitoso ou teimoso, como queiram, tive de discordar e ir em busca daquilo que compõe quem sou hoje e da própria origem do meu nome.

GRYNBERG, parte de meu sobrenome de origem polonesa, significa Monte Verde em português. Se pensar que, por parte de pai, meu sobrenome é MATOS, perceberemos a similaridade existente entre ambos o que demonstra, evidentemente, que o acaso não existe. Acredito que, na vida, para sabermos onde queremos chegar ou do que realmente somos capazes, devemos desnudar nossa identidade e descobrir quem somos conhecendo cada parte que nos integra.

Independentemente do fato de parecer triste uma visita a um campo de concentração, posso dizer que não foi só isso que me levou a Polônia ou somente isso que visitei. Fiquei alguns dias na Cracóvia , não não é aquele país que morava o Tom Hanks em "O Terminal", visitei Cracopane, as Highlands, região de esqui no inverno e a imperdível mina de sal que possui em seu interior uma igreja belíssima onde a nata da sociedade da Polônia realiza muitos casamentos.

Alguns podem achar estranho este meu útlimo comentário sobre casamentos católicos, mas resta-me dizer que como os Judeus foram exterminados durante a guerra, existe hoje, uma predominância católica no País. Isso, obviamente não me impediu de visitar o Bairro Judeu e andar por varias locações onde foi filmado  "A Lista de Schindler".

A este ponto, é óbvio, já deve ter ficado claro que sou Judeu. Todos os filhos de mãe judia são, pelas leis judaicas, judeus e disso me orgulho muito. Visitar a Polônia foi para mim um divisor de águas em minha vida e entendo que isso certamente não foi obra do acaso.

Sai da Líbia, local onde trabalhei por mais de 2 anos, após ter basicamente definido que meu ciclo por lá havia terminado. Em uma conversa com meu líder havia ficado claro que minha missão como Gerente de TI estava concluída. Havia organizado a área, tinha uma equipe competente e coesa e acima de tudo tinha formado um substituto para meu posto, que como o tempo veio a comprovar, demonstrou ser uma pessoa talentosa, competente e brilhante.

Havia ficado acertado que após minha viagem de descanso , chama-se Home Leave, faria a transição e a partir daí buscaria um novo desafio, muito provavelmente na América Latina. Antes de viajar, entretatnto, fiz uma provocação ao meu líder questionando o fato de que eu, tendo a versatilidade de possuir múltiplas formações, ainda poderia contribuir no projeto e consequentente para a empresa. Meu líder ficou de pensar no tema e responder na minha volta.

Tinha como certo, confesso, que isso não iria ocorrer. Não por nenhum problema de estima, longe disso, mas porque achei que numa decisão mais conservadora, meu líder optaria por alguém mais experiente para a função que me candidatei, ou seja, Gerente Administrativo.

Devido a esta decisão, de ir para outro programa, acelerei minha ida a Polônia. Por uma questão histórica, após visitar a Alemanha, Hungria, Áustria e Rússia, não visitar a Polônia seria para mim um sacrilégio. Agendei a viagem e sem muitos planos decidi ir a Crcóvia e não a Varsóvia.

Após chegar de um passeio, não me lembro agora, se a Cracopane ou a Auschwitz, resolvi dar uma parada no hotel para descansar e verificar meus emails. Tinha, aliás ainda tenho, o hábito de religiosamente gastar 1 hora lendo meus emails durante as viagens. Evita surpresas, acreditem.

Para minha surpresa numa delas havia a mensagem do meu líder dizendo: "MM, mande seus contatos ou me ligue que preciso falar com você". Confesso que imaginei que se tratasse de algum problema e ele pediria que eu voltasse mais cedo. No ano anterior, quando estive na Rússia quase tive de voltar e fiquei trabalhando 24 hrs no hotel para meu antigo líder.

Sem querer demorar, liguei eu mesmo para ele. Ao atender travamos a seguinte e breve conversa:

Dimas : E aí MM, tudo bem?  Ta curtindo as férias?
MM    : Sim, estou. Aconteceu alguma coisa, precisa que eu volte?
Dimas: Não tá tudo bem, só queria te perguntar se você está motivado, está?
MM    : Sempre,  Por quê?
Dimas: Porque então descansa bastate e se prepara que quando você voltar, você vai ter muito trabalho como Gerente Administrativo.
MM   : Obrigado pela confiaça, vou aproveitar sim, até a volta
Dimas: Abraços.

Não preciso dizer que além da surpresa da novidade, veio em minha mente cada um de meus antepassados, especialmente meus avós. Aquilo era um sinal, um presente, uma resposta. Minha ida a Polônia estava mais do que justificada, mais do que descobrir minhas origens coube ao meus antepassados apontar qual direção a seguir.

Acredito que cada um de nós faz o seu prórpio destino, mas algumas vezes o universo também conspira a nosso favor.

Ainda assim, fica a dica, conheça suas origens, seus alicerces, conheça tudo aquilo que te defina.

sábado, 24 de setembro de 2011

Mulheres que o quê ? - Releitura

"
Melvin Udall: Oh God, this is like a nightmare.
Receptionist: Oh come on! Just a couple of questions. How hard is that?
Receptionist: How do you write women so well?
Melvin Udall: I think of a man, and I take away reason and accountability. "

Às vezes ocorre de estarmos sem criatividade e imaginação e, como sempre, o destino nos brinda com presentes que se percebidos com a lente certa, nos proporciona a oportunidade de dissertar sobre temas polêmicos que, no entanto, são relevantes.

Como venho repetindo há alguns posts acompanho o Blog de minha amiga Bárbara Teles. Esta semana ela publicou mais um texto e desta vez, envolvido pela polêmica do assunto, pedi autorização a ela para fazer uma releitura dando uma ótica masculina para um tema que, no mundo de hoje, seja numa sociedade ocidental ou não, carece atenção. 

O post, recomendo que leiam, chama-se Mulheres que o quê? e trata do papel da mulher na sociedade de hoje, a evolução deste papel ao longo do tempo e quais efeitos diretos e colaterais esta mudança de cenário nos trouxe.

Longe de ter a presunção de escrever um texto igual ou superior ao dela, pretendo dissertar sobre minha visão sobre o tema. Há muitos anos, já vejo esta nova dinâmica do papel da mulher em nossa sociedade e as questões e preocupações levantadas sempre me levaram a refletir, de forma que acho interessante partir de um mulher certas colocações contidas no texto.

Antes de mais nada, a idéia do texto que hoje escrevo, baseia-se num filme que assisti recentemente que é bem antigo mas eu adoro. O filme chama-se : Ela disse, Ele disse. Conta a história de dois jornalistas que na disputa por uma coluna de um famoso jornal, acabam por dividi-la, cada qual colocando sua opinião e ponto de vista. Dito isto vamos lá.

Antes que minhas amigas e leitoras briguem comigo, a citação acima é do filme Melhor Impossível ( As good as it gets) e serve tão-somente como uma provocação e não uma opinião da qual compartilhe. Se não fosse assim, não haveria razão em me interessar em explorar o tema de hoje, porque entenderia que não há nada a agregar.

Na verdade, acho e sempre achei as mulheres melhores que nós homens. São em regra, mas centradas, organizadas e temendo sofrer represálias, mais inteligentes. Além disso, tem a capacidade de criar filhos (crescidos ou não, hehehe) e ainda arrumar tempo para cuidar da casa. Vou mais além, resistem muito mais a dor, tem instinto aguçado de proteção e uma capacidade de amar incondicional.

Isso não quer dizer que sejam perfeitas, claro que não, fosse assim nem precisariam de nós e certamente o mundo seria menos azul e a vida, pelo menos a minha, mais triste. Neste ponto, de não serem perfeitas, é que reside o mote do conflito entre a modernização do papel da mulher em nossa sociedade.

Primeiro, um conselho: Não entrem nesta competição com os homens, sinceramente é uma tolice porque está claro que, tirando uma cobrança social, não somos realmente páreos para vocês. Dado o conselho, me resta dizer que exatamente a ausência de um senso puro e matématico é que torna tão brilhante e instigante cada mulher.

Esta abertura e liberalismo social, levaram a mulher a largar um pouco o lado do que se via na época dos nossos pais e criou um exército de executivas competentes, brilhantes, mas muitas vezes (nem sempre, nem todas) sem brilho. Por outro lado, como efeito colateral, surgiram aquelas que saudosas do tempo em que os homens viam as mulheres como bibelos, desejam o melhor dos dois mundos, serem paparicadas e ao mesmo tempo completamente independentes.

Veja, creio que todo mundo quer o melhor dos mundos, mas neste caso ter o melhor dos dois mundos, para mulher, é relativamente utópico e muitas vezes inviável. Recentemente vivi uma experiência interessante com uma mulher que teve exatamente esse comportamento paradoxal. Pediu que deixasse que pagasse uma conta em um restaurante  para, tempos depois, discursar para suas amigas que teve que pagar a conta, tal a falta de cavalheirismo de minha parte.

Bom, nem vou entrar no mérito da exposição indevida e equivocada sobre minha pessoa, posto que quem me conhece sabe qual minha postura e comportamento, para me fixar no que é mais relevante neste exemplo, ou seja, o conflito entre ser independente, provar que pode "pagar as contas" e a expectativa oscilante ( muitas vezes)  do cavalheirismo. Vou avisando de antemão que não somos videntes, nem adivinhos, logo se quer algo diferente do que disseram, nos informem claramente.

Longe de querer ter ou dar uma resposta, não tenho esta pretensão, o que gostaria de dizer é que todos nós, homens e mulheres, devemos é nos desarmar um pouco. Vendo o filme "Hitch",  uma comédia romântica com Will Smith, tenho de concordar que o papel do seu personagem, um conselheiro amoroso, somente existe porque as pessoas estão cada vez mais individualistas e na defensiva, privando-se de viver na plena essência, com tudo de bom e às vezes não tão bom que a vida nos reserva.

E como não tenho respostas, faço somente uma proposta....... Vamos nos permitir.....

"Eu vejo um novo 
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não, não, não...


Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...
"  Lulu Santos - Tempos Modernos

domingo, 11 de setembro de 2011

Cidadão do Mundo

 
"
O seu laço é de corte,
mas não aparta briga
A vida é quem escolhe quem
vai pra dividida
....
No buraco de silêncio
que precede o esporro
Àquele que o tempo e a hora
e a hora é mundo em que
todo mundo é morro
" Pára Pegador - O Rappa

Conforme mencionei uns post atrás, tenho uma querida amiga e blogueira que direta ou indiretamente foi para mim a motivação para eu começar a escrever o meu. Talvez ela não se lembre, mas estou certo que sim, que no seu último dia de trabalho em minha equipe ela foi até minha sala e me presenteou com uma carta. 

Timidamente ela me pediu que esperasse que ela partisse para que eu lesse a carta e apesar de toda curiosidade em ler respeitei seu último desejo. Ao abrir a carta, no fim do dia de trabalho, não posso negar que fiquei emocionado bem como surpreso pelo conteúdo e o texto de despedida. Ao ler, pude reforçar o preceito de que muitas vezes influenciamos a vida das pessoas sem saber e que isso modifica não só a forma de ver seu papel no mundo, como também seu compromisso que mesmo de forma velada você assume.

Dentre o conjunto de coisas, pessoas e histórias que deixamos na Líbia no dia 24 de fevereiro, uma delas foi esta carta. Parece-me que minhas coisas devem retornar ao Brasil e espero que entre elas, esta carta. Há coisas que o dinheiro não compra ( para as outras temos Mastercard....hehhe).

Toda esta introdução é para tratar do tema do post de hoje. Esta minha amiga mencionou em um de nossos chats no MSN que eu nunca abordei meu retorno ao Brasil nos meus posts. Creio que há uma uma imprecisão nesta afirmação, mas não deixa de ser verdade que, em parte, nunca tratei deste tema de forma isolada. E este é o mote do texto abaixo.

Minha volta ao Brasil ocorreu no dia 16 de abril. Voltei em razão de uma celebração da união dos meus pais e fazendo uma surpresa, ao invés de visitar algumas cidades de Portugal, cheguei ao Rio de Janeiro para jantar com eles. Ouvi muitos relatos de outros amigos de que a volta e a adaptação após anos no exterior é muito difícil e mais do que isso complicada.

Odeio frustrar as expectativas mas a volta e a adaptação para mim foram instântaneas. Hoje 4 meses como morador de São Paulo - Capital ( não vou escrever Sampa a pedido de um amigo corintiano, o Queixada..) posso dizer que estou plenamente adaptado. Cheguei a conclusão que me adapto em qualquer lugar do mundo e apesar dos laços fortes com família e amigos, não sinto a menor dificuldade em me adaptar e ajustar a realidade do local onde estou.

Queria também fazer um ajuste num registro histórico. Muitos amigos meus, afirmam e ainda pensam que minha volta especificamente ao Brasil deve-se ao fato de eu estar num momento de reconstruir minha vida pessoal que estava em "PAUSE" desde 21 de outubro de 2008. Este pensamento é completamente equivocado. 

Amo meu País, adoro o desafio que me foi proposto profissionalmente e estou certo de que será proveitoso e engrandecedor, mas minha volta é um sinal de gratidão e confiança em uma pessoa que sempre me estendeu a mão e apostou e visualizou minhas capacidades e dizer não, nestas circunstâncias,  é de acordo com meus valores, impossivel.

Eu sinto, não me pergunte como, que meu ciclo no exterior não terminou, este sim está em "PAUSE". Como minha vida sempre me levou para coisas boas, estou certo que inevitavelmente estarei viajando para novos lugares, conhecendo novas culturas e enriquecimendo minha vida através de imagens, sentimentos e novas sensações.

Assim, conclui que sou um cidadão do mundo, minha casa é onde estou no momento e por ter a felicidade de ter amigos em cada lugar por onde passei tenho sempre um lugar para ficar. Aprendi, entre outras coisas, a me alimentar de tudo de bom que esta ao meu redor tendo a certeza que minha casa, minha verdadeira casa, sempre estará a minha espera aqui no Brasil.

Minha vida pessoal, se quiserem saber, está bem obrigado. Cheguei a conclusão que a vida pessoal se resolve na medida e tempo certos e que isso não tem correlação de onde você está e sim do momento em que se vive. Mas talvez, tivesse que mudar meu contexto para realizar isso. Estar ou não em um grande centro não mudou em nada nem meus desejos nem sequer a minha busca.

Minha busca, não é de alguém, minha busca é de estar sempre feliz e vivendo de acordo com aquilo que me realize. Tudo mais que puder agregar ao longo do caminho será somente mais um motivo de alegria.

"
Eu não sou audiência
para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também
" Já sei namorar - Os Tribalhistas

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Melhor é impossível


Se há uma coisa que eu adoro e aprendi a apreciar é vinho. Ao longo dos meses em que morei em um apart hotel no Rio de Janeiro entre o trajeto de minha residência e o metro tinha (na verdade ainda tem) uma excelente delicatessen na Cobal.

Estando recém-separado e morando, portanto, sozinho acabei ficando amigo dos donos do lugar e todas as noites passava por lá, onde degustavamos os mais diversos tipos de vinhos ofertados por eles e como retribuição habitualmente eu comprava iscas de bacalhau, um grana padano ou muitas vezes um presunto de parma para acompanhar.

Isso me traz à tona uma palavra básica: Harmonização. Sim, tudo na vida requer Harmonia, seja uma garrafa de vinho com seu acompanhamento adequado, seja numa relação de respeito que deva existir entre as pessoas. Minha amizade com os donos é tão grande que mesmo estando ausente do País muitos anos, eles sempre perguntavam por mim e queriam saber quando estaria no Rio para botarmos o papo em dia.

Estando agora em Sampa, meu gosto por vinhos não diminuiu, pelo contrário aumentou. Aqui temos locais muito interessantes onde a proposta é você, mesmo sendo um leigo, poder degustar um conjunto distinto deles sem com isso ter que comprar várias garrafas. A sua maneira, consigo reproduzir aqui o mesmo hábito que criei quando morava no Rio, ou seja, degustar diversos vinhos e compartilhar com pessoas queridas sem apego a formalismos. 

Desta forma, recomendo a todos que quando vierem a Sampa, visitem o Empório Santa Maria, onde se pode degustar excelentes vinhos, com maravilhos queijos e embutidos e até se você for fã de mistura, apreciar uma comida japonesa. Tudo isso em um clima agradável, informal, descontraído e de bom gosto.

Se você for exigente serei mais detalhista e, ao invés de falar de uma simples degustação, vou propor uma viagem sensorial que é visitar uma vinícula. Que os vinhos nacionais me perdoem, mesmo sabendo que gosto não se discute, mas o local indicado para fazer isso para mim hoje é em Mendoza na Argentina. Gosto muito dos vinhos argentinos e os meus preferidos cujas vinículas recomendo visitar são a Luigi Bosca e Catena Zapata.

Outra coisa muito boa em São Paulo são as pizzas, tanto é que o universo de pizzarias que temos é tão grande que uma das mais famosas o "BRAZ" já possui filial no Rio de Janeiro, Tem também uma  sensacional aqui em Sampa na Vila Madalena, que se chama Santa Pizza. Lá, além das deliciosas pizzas pode-se comprar todos os objetos em exposição desde mesas, cadeiras e decorações da casa. Uma verdadeira mistura de um Antiquário e restaurante.

Da última vez que fui, uma grande amigo meu me levou lá com a família. Foi, sem dúvida, uma noite extremamente agradável e regada ao bom vinho provamos alguns diferentes tipos de pizza (o local tem sabores menos tradicionais) envoltos por uma decoração inusitada mas não menos interessante.

Neste dia, como ainda era visita nesta cidade, eles insistiram que eu era convidado deles e com isso pagaram a conta toda. Aceitei na condição de que retribuiria, em breve, não só o convite como também a gentileza.

Acredito que a companhia faz o lugar, mas estar com pessoas queridas e celebrar a oportunidade de compartilhar a alegria de dividir o momento, degustando um bom vinho com uma deliciosa pizza e dando boas gargalhadas.....

Melhor é impossível.

domingo, 28 de agosto de 2011

Quanto tempo leva?

"
We let it in
We give it out
And in the end
What's it all about?
It must be love

I give you my
I give you my
You give me your
You give me your joy


 ...

And whatever happens
What really matters?
It's all we've got
Isn't that enough?
"And So is Love - Kate Bush

Não preciso dizer o quanto eu adoro a Kate Bush. Recentemente ela lançou um CD , "Director's Cut" onde ela fez releituras de canções dos CD The Sensual World e The Red Shoes e posso dizer que em várias canções as mudanças foram interessantes, dando nova roupagem, demonstrando que podemos sempre de uma idéia aprimorá-la, para torná-la ainda melhor.

Este fim de semana, foi daqueles bem cultural e ao mesmo tempo atípico. Fui ao show de Julieta Venegas e Marisa Monte, assisti o Balé Kirov interpretando o Lago dos Cisnes e fui numa balada chamada The Clash da qual cheguei em casa as 08:00. Mas não foi só isso, cada parte destes eventos foi permeada pelas mais diversas formas de surpresas.

Na sexta, quando fui assistir Julieta, no show que antecipava sua apresentação, um grupo de salsa cubana muito legal tocou com Carlinhos Brown. Bom, não sou nenhum fã de Carlinhos mas estava tirando fotos do palco dos cantores e o lugar estava com uma energia muito boa, eis que quando tirava uma foto com meu iphone, uma bola gigante (daquelas que as pessoas ficam socando nos shows) bate bem no meu celular. Nem preciso dizer que o visor ficou estilhaçado após rolar pelo chão em meio a multidão. Nada que pudesse tirar meu bom humor porque pensei: "Amanhã, conserto isso e resolvo o problema". Sábia decisão, fiz isso mesmo e não deixei um pequeno contratempo acabar com meu programa.

No sábado após um agradável almoço com um grande amigo em uma galeteria famosa aqui de Sampa, me preparei para ir ao Municipal assistir o Ballet Kirov. Engraçado como a vida me permitiu um enriquecimento cultural imenso, verdadeiro ativo, nestes últimos anos. Tive o privilégio de assitir a esta companhia em São Petesburgo, Rússia em 2009. Fui ao famoso Teatro Mariinsky onde assisti o Ballet Corsário e a Ópera La Traviata. Não preciso dizer que é uma experiência única e poder assisti-los aqui no Brasil interpretando "O Lago dos Cisnes" , foi maravilhoso.

Mas como nem tudo é perfeito, lá fui eu sair de carro para o teatro. Antes de explanar vai uma dica, se for ao municipal vai de táxi. Mas como sou teimoso fui de carro e botei o endereço do teatro no GPS ( não sou de Sampa, logo ainda dependo muito deste aparato). Após 25 minutos descubro que o GPS tá me levando para o lugar errado e faltando 30 min para começar o teatro, decido que é melhor parar , pedir um táxi que me guiasse até o teatro e pronto. São estes minutos que definem a vida de um homem.....Por que não fui esperto, parei o carro num shopping (estava colado no Eldorado) e fui de táxi? 
Bem, claro que cheguei em cima da hora e não havia lugar em nenhum estacionamento para parar. Parei na Rua mesmo, mas o receio de levar uma multa, rebocarem meu carro ou pior, roubassem, atrapalhou o que poderia ser uma noite mais tranquila e agradável. Não sei se levei a multa ou não, mas pelo menos meu carro estava lá a salvo. Lição aprendida, NUNCA mais faço isso.

Se você leu este post até agora, deve estar se perguntando o que a citação de hoje e o poema , escrito por mim em 2005, estão fazendo neste contexto? Calma, calma, eu abro muitos parenteses mas sempre fecho um por um e logo, logo tudo fará sentido.
Achei que iria para casa depois do teatro e dormiria cedo para continuar meu treinamento de condicionamento físico, mas não foi isso que aconteceu. Acabou que eu fui encontrar com amigos e ficamos na Rua ate as 08:00 da manhã como falei. Rodei a cidade de São Paulo e esta atividade me permitiu uma longa conversa sobre relacionamentos e a conclusão de que muitas vezes carregamos um saco de tijolos nas costas que impede de seguirmos em frente com a vida. Calma, calma, não estava falando de mim, mas escutando as histórias de longos relacionamentos que ainda afetam a dinâmica da vida de muitas pessoas.

E ai me veio a idéia, isso mesmo de madrugada, dentro de uma balada, em Sampa, ouvindo musica eletrônica, de escrever este post e revisitar a pergunta que eu mesmo me fiz em 2005, Quanto tempo leva?
Interessante que esta frase/pergunta permite várias interpretações e análises porque dependendo do contexto podemos estar falando do tempo para se esquecer uma pessoa, se libertar das mágoas e recomeçar ou do tempo que levará para a pessoa amada voltar para você. O poema na época falava da expectativa do reencontro porque estava longe e ansioso por voltar para casa. Seja como for, esta uma pergunta de difícil resposta porque não temos, como já mencionei em outro post, um botão de ON/OFF no coração que nos faça tanto esquecer como se apaixonar.

O tempo para se recomeçar deve ser tal que todas cicatrizes estejam curadas e que se restabeleça para sorrir novamente para o mundo. Mas cada um tem seu tempo, não tem certo nem errado, nem também fórmula mágica ou pó de pirlimpimpim (essa é velha, é do tempo do Sítio do Pica Pau Amarelo) que resolva esta equação e muito menos eu pretendo aqui apontar uma resposta ou direção. 

Mas enquanto isso vamos, divagando, rimando e seguindo em frente. Até o próximo post.


Quanto tempo leva ?

Quanto tempo leva?
Para saber o que se sente
Enxugar lágrimas
E apagar mágoas.

Quanto tempo leva?
Para restaurar um sorriso
O brilho nos olhos
E o encanto que existe nas pequenas coisas.

Quanto tempo leva?
Para merecer um beijo
O calor de um abraço
Carinhos que façam o coração disparar.

Quanto tempo leva?
Para dizer em silêncio
O que não se expressa em mil versos ou palavras.
Que trará de volta o que está tão perto
E agora mesmo tão afastado.

Quanto tempo leva?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O perfume das Rosas

"
Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti
" As Rosas não falam - Cartola

Aprendi a gostar de Cartola com meu pai. E inevitavelmente Cartola esteve sempre em minha vida, tanto que na minha prova de vestibular para engenharia para a UFRJ, interpretar a canção "O Mundo é um Moinho" era uma das partes da prova de Português e seja como for suas canções se perpetuam na voz dos mais diversos cantores brasileiros, tornando-o imortal.

Uma amiga minha que tem um blog que eu sigo e admiro, escreveu no seu último post uma citação que menciona que escrever é facil, vou mais longe e digo que como o papel aceita qualquer coisa não é só fácil como simples. Escrever com conteúdo e traduzindo emoções é que é o verdadeiro desafio.

A imagem que compõe o post de hoje tem um truque que se observado com olhar clínico guarda uma surpresa. Fuçando minhas fotos soltas que tenho no meu HD externo, me deparei com essa que tem uma pertinência perfeita com o tema de hoje. Estava com a música na cabeça e comecei a matutar como criar um post que pudesse explorar o tema Rosas.

Este assunto parece simples, mas não é. Não sei se estou ficando velho ou se a dinâmica do mundo mudou, mas tenho ouvido de algumas mulheres que elas preferem não receber flores. Indo mais longe, e acho até pior, escutei recentemente de uma que sabendo que gosto de presentear com flores, caso ganhasse-as de mim, talvez não desse a devida importância. Estas referências se enquadram perfeitamente no título do meu Blog: A ilógica Lógica da Vida....

Outro fato interesante sobre rosas é que há muitos anos, consultando uma playboy de minha antiga coleção (viram, Playboy também é cultura) , descobri um procedimento sobre como presentear uma mulher com Rosas. Você deve sempre dar em número impar, porque a Rosa que falta para completar o buquê é o exatamente o seu objeto de desejo. 11 rosas se quiser ser polido, 17 se quiser ser galante e 35 rosas vermelhas se quiser demonstrar que está apaixonado...Ufa !!!! agradar uma mulher é bem mais complicado do que se parece...

Isso tudo que mencionei se você não começar a entrar em outra variante que são as cores das flores (Hoje, já existem muitas possibilidades) e se as Rosas são nacionais ou as famosas Colombianas. Seja como for não vejo como ganhar flores, sejam rosas sejam flores do campo não se torne uma experiência sensorial.

Ah !!! E o tal argumento de que flores morrem? Que imensa bobagem, tudo na vida uma hora se extingue , exaure.... O mais importante é a intensidade com que se vive aproveitando o perfume e o frescor de cada Rosa...

"
Cause A rose is still a rose
baby girl your still a flower
" A Rose still a Rose - Aretha Franklin

domingo, 21 de agosto de 2011

An Offer You can't refuse


 " 
 - Os italianos - prosseguiu Hagen - têm uma piada sobre o fato 
de que o mundo é tão duro que um homem precisa ter dois pais 
para cuidar dele, e esse é o motivo 
por que eles têm padrinhos." Tom Hagen - The Godfather

No dia dos pais, semana passada, quem recebeu o verdadeiro presente fui eu. Fui ao Rio de Janeiro para estar com minha família e mais especialmente meu pai. Tenho uma amiga de infância, Lílian, que está na minha vida há tantos anos que nem o tempo nem a distância pode nos afastar e creio que é uma daquelas amizades que duram a vida inteira.

Estava na Cobal, em Botafogo, comprando coisas para minha casa nova quando o telefone toca e do outro lado vem a grande surpresa proporcionada por minha amiga e agora cumadre Lílian: "Ia fazer este convite quando nos encontrassemos, mas como sei que anda difícil, gostaria que você fosse padrinho do meu filho Gabriel."

Não sei como descrever a emoção com  o convite. Sendo eu um fã incondicional do Livro "O Poderoso Chefão" , a citação de Hagen veio imediatamente a minha mente. A vida é tão dura que todo homem necessita de dois pais e de agora em diante tenho a responsabilidade e privilégio de ser o padrinho e assumo, portanto,  esta tarefa.

O pequeno Gabriel, este que esta na foto que compõe o post de hoje, é um sopro de esperança num mundo repleto de individualismo, competição e egoísmo. Ao olhar nos seu olhos, perceber seu sorriso constante, podemos ver como ele é amado e querido pelos seus pais. Seu padrinho, foi igualmente  arrebatado por esta energia positiva e está contagiado por este sentimento de paz e equilíbrio oriundo pela pureza de um ser que somente podemos definir como uma obra divina.

Durante o período que estive fora do País, sempre tive hábito de comprar presentes para os filhos de todos os meus amigos mais próximos, acho que isto, numa interpretação psicológica, remete-me ao processo de transferência posto que ainda não tenho filhos. Agora, como padrinho, além de ter uma razão a mais de ir com frequência ao Rio de Janeiro, posso encher meu afilhado de mimos e presentes, até que possa começar a ter este mesmo cuidado com os meus.

A vida realmente nos reserva gratas surpresas e explica o porquê de certas decisões que tomamos e que com o tempo se mostram acertadas e se justificam. Voltei ai Brasil, no desejo de após anos sublimando meu lado pessoal (afetivo, mais precisamente), retomar esta parte de minha vida que é tão importante como as demais em que investi e que também me trouxeram imensa alegria e satisfação.

Sabia que este processo é lento e complicado porque o reencontro com sentimentos como Amor e Paixão são, no mundo de hoje, tarefa árdua e difícil. Desta forma a idéia de ser pai não me parecia tarefa simples, porque envolve encontrar alguém, o relacionamento funcionar e ambos estarem aptos para assumir a responsabilidade de que se trazer uma nova vida a este mundo envolve muito sacrifício e doação.

E eis que a vida se simplifica e o pequeno Gabriel justifica e dá razão a minha escolha de voltar neste momento Meu doce e querido afilhado, seu padrinho lhe agradece pelo sinal que Deus me deu através de você.

Definição de Gabriel
"É conhecido como o chefe dos quatro anjos favorecidos, e o espírito da verdade, e em certas crenças seria uma personificação do Espírito Santo"

Além disso, o pequeno Gabriel é geminiano como eu, tendo nascido uma semana antes do meu anivérsário e não poderia ter ganho melhor presente. Tá certo, ele é tricolor e não flamenguista como o padrinho, mas afinal de contas, ninguém é perfeito...

Obrigado Lílian e André, pela amizade, carinho e confiança. Espero ser digno de tamanha responsabilidade e tarefa.

O nascimento de uma alma
é coisa demorada
não é partido ou jazz
em que se improvise


Não é casa moldada
laje que suba fácil
a natureza da gente
não tem disse me disse
" Papo de surdo e Mudo - O Rappa

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A telemensagem


Houve um tempo no ano de 2000 em que diversas formas de comunicação na Web ganharam vulto e com isso as pessoas descobriram uma nova forma de se comunicar e porque não dizer se conhecer.

Sei que muito se fala que as pessoas estão perdendo aos poucos a capacidade de se relacionar, escondidas através do MSN. Skype, Orkut, Facebook, na verdade,   qualquer ferramenta hoje existente. Afirmam que por ser um meio seguro de comunicação, as pessoas se protegem de seus próprios medos e inseguranças, podem por algum tempo ser a pessoa que sonham ser e não aquela com a qual convivem normalmente no plano real.

Eu, por outro lado, penso que se você usar corretamente estes canais de comunicação, ao invés de você criar uma barreira que te protege do mundo real, você cria uma maneira de estreitar distância e permitir a comunicação em tempo real com gente do outro lado do mundo em questões de segundos.

Mas em 2000, de onde surge meu post de hoje, eu estava começando a usar um novo canal de comunicação que era moda na época: O bate papo do site da UOL. Esta verdadeira febre ocupava horas de nossos dias e noites buscando nas salas de Chat, aquela pessoa maravilhosa que escondidas através de um nickname poderia ser a resposta para suas preces.

Estando solteiro, pensei que não faria mal algum conhecer algumas pessoas e sabe-se lá, até uma namorada, por que não? Bem, um belo dia marquei um encontro num shopping de Niterói com uma destas meninas que havia conversado um dia.

Tinha um acordo com um amigo meu que após 15 minutos que chegasse no local ele me ligasse e se a menina não correspondesse àquela descrição da Net ( o que ocorreu 99.99% das vezes) , eu dizia que tinha surgido uma emergência no trabalho e ia embora. Confesso que não é a coisa mais nobre a se fazer, mas muitas vezes era a única alternativa.

Pois bem, cheguei com meu amigo no shopping um pouco antes e fiquei na espreita vendo se a menina chegava para o encontro. Ela havia se descrito como uma morena jambo,  cabelos e olhos castanhos e como fazia medicina viria toda de branco. Além disso, afirmou ter o corpo plenamente torneado pelas horas que ficava na academia.

Estavamos esperando a chegada desta “deusa” , quase uma Grabriela cravo e canela para iniciar meu encontro. Parado mais a frente tal qual um embrulho enorme de bombom (ou um kinder ovo, se você preferir)  estava lá a menina. Respirei fundo, tive vontade de desistir da empreitada, mas como acho chato dar bolo em quem quer que seja, resolvi seguir em frente. Meu amigo, antes de partir, me deu um tapinha nas costas e em tom sarcástico falou : “Bem, é aqui que a gente se separa, boa sorte!”.

Encontrei com a menina, me apresentei e ela ficou encantada comigo. Sentamos num daqueles bancos de meio de corredor e eu esperando pelos 15 minutos combinados com meu amigo. Nunca na minha vida 15 minutos levaram tanto tempo para passar, principalmente porque a menina estava cheia de vontade de me beijar e eu estava imaginando uma maneira de evitar, de forma polida, de ter que dizer não.

Passados 15 minutos, nada do meu amigo ligar. Passam 20, 30 e nada dele dar sinal de vida. Até que de repente ele passa do meu lado, sorriso no canto do lábio, faz sinal de positivo e passa por mim indo em direção a praça de alimentação. Precisei de mais uns 15 minutos até que ele, depois de me torturar, só para pegar no meu pé, resolveu me ligar.

Ao dizer, a menina que tinha de ir embora pude notar seu ar de frustração pelo infortúnio que culminava no término de nosso encontro. Entretanto, antes de irmos embora, descobri onde era a academia onde ela malhava tanto para manter-se naquela forma, no BOB’s. Ela pediu o maior milk-shake de Ovolmaltine que tinha no lugar, pelo amor de Deus....

Bom, dias depois recebo o telefonema da menina para falar comigo e perguntar uma coisa que a estava incomodando. Eis o papo:

Kinder :  Oi tudo bem? Posso te perguntar uma coisa?
EU         : Claro que sim, diga, está tudo bem comigo.
Kinder : Você me achou feia?
EU         : Por que você acha uma coisa dessas?
Kinder : Sabe o que é, normalmente quando tem um primeiro encontro rola ao menos um beijinho.....E vc, sabe, nada....
EU    : Desculpe, é que eu sou meio conservador, de outra geração, acho importante conhecer  pessoa primeiro, antes de me sentir a vontade e beijá-la.

Bom, penso que se a gente acha alguém bonito a reação é espontânea e natural e mais do que isso, se você se questiona se a outra pessoa te acha ou não bonita, na verdade, você já tem a resposta......em todo caso, acho chato fazer comentários desagradáveis até porque gosto é uma coisa muito particular e o que uma pessoa acha bonito, outra pessoa pode não gostar.

Desta forma, achei que com aquele telefonema estava tudo encerrado, mas não, a vida não é assim tão fácil.....

Dia 29/05, recebo um telegrama fonado no trabalho. Música de fundo igual a de motel barato, voz de locutor de rádio, daqueles que fazem tradução de música em inglês.....quase uma declaração de amor..... Depois dessa, aboli encontros virtuais....

Tudo isso e olha que nem dei um beijo....

terça-feira, 12 de julho de 2011

Another brick in the wall



"
We don't need no education
We don't need no thought control

.....
All in
all you're just another brick in the wall
All in all you're just another brick in the wall" Another brick in he wall - Pink Floyd

Queria antes de mais nada me desculpar pela demora deste post e assim sendo tentarei escrever outro o mais breve possível para manter meu compromisso semanal.

Na semana anterior, abordei um tema que havia sido alvo de uma discussão inflamada entre amigos e a repercussão geral foi excelente. Amigos e pessoas que acompanham meu blog das mais diversas formas me externaram suas opiniões, o que mostra que o objetivo deste blog, que é fazer as pessoas refletirem, foi atingido. Fruto destas manifestações procurarei dar continuidade a linha adotada na semana passada.

A canção que é o título deste post foi um marco na minha adolescência e representava uma crítica a repressão a liberdade de expressão e pensamento. Mais do que isso, reafirmava que o tolir as pessoas ou pior do que isso criar rótulos, nada mais faz do que anular nossas individualidades, talentos e potencialidades.

E por que é tão importante e forte esta frase-título no mundo corporativo ? Vejo continuamente as corporações defendendo como regra que devemos apoiar a criatividade, o crescimento e desenvolvimento de seus integrantes como forma de gerar soluções e alternativas que permitam equacionar problemas do dia a dia fazendo o que chamamos "olhar fora da caixa".

Entretanto, na prática, em muitos casos o discurso não se reflete nas ações que vemos. Isso se deve, muito provavelmente, a uma variável comumente esquecida nos processos de liderança e gestão de pessoas que nada mais é que o poder controlador, muitas vezes gerado por medo e em outros casos simplesmente pela tentativa de impor sua forma de trabalhar e agir.

Como havia já explorado semana passada, nosso foco deve ser nas pessoas em seus talentos, em suas virtudes e mais do que isso em sua capacidade de criar. Todas as pessoas tem o que eu chamo de "porta de entrada", como se fosse um clique que as conecta ao seu trabalho e/ou negócio, exalando sua verdadeira capacidade. Isso surge, quando o laço de confiança, cumplicidade e respeito se estabelece.

Quando isso não ocorre, quando o orgão ou o ente no qual estamos trabalhando não permite que possamos nos desenvolver, criar, contribuir ou sentirmos desafiados, quando os lideres que estão conduzindo nossos escopos de trabalho querem nos enquadrar em um modelo padrão ou próprio de comportamento, anulamos o que é mais importante em qualquer relação, seja pessoal ou profissional, a capacidade de crescer pela troca de experiências e pelo exercício de influenciar e permitir ser influenciado.

Penso que a criatividade e a liberdade de expressão nos permite apresentar as mais brilhantes e inovadoras soluções e devemos como líderes  formar profissionais questionadores, que possam nos provocar e testar e permitir que geremos mudanças.

Um líder dever criar substitutos muito melhores do que eles mesmos, até porque este é o maior legado que deixamos,  ao invés de , por um ato de comodidade ou covardia, impedir o desenvolvimento de seus liderados.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Entrelinhas ou entre linhas ?



"
Una palabra no dice nada
Y al mismo tiempo lo esconde todo
Igual que el viento que esconde el agua
Como las flores que esconde el lodo
. " Una Palabra - Carlos Varela

Aparentemente de férias e afastado de minha rotina de blogueiro fui brindado com a idéia do meu post. Estive em Buenos Aires nos últimos 4 dias e posso dizer que como sempre foi um presente poder viajar e conhecer ou revisitar lugares que são, além de agradáveis, cheios de história e atrações.

Tive também a grata oportunidade de reencontrar uma grande amigo que fiz na minha temporada na Líbia, Diego Hernandez. Nosso encontro não foi exatamente da forma que imaginamos, por imprevistos planejados pelo destino que certamente me querem de volta àquela terra, mas sem dúvida alguma foi muito bom revê-lo por mais breve que tenha sido.

Além de talentoso e brilhante, é uma pessoa divertida, extremamente agradável, um verdadeiro cavalheiro. Ele me conduziu ao aeroporto de Ezeiza  e durante o período que estivemos juntos recordamos nossos momentos de colegas de quarto e pares. Engraçado como não se apaga a cumplicidade que se cria quando temos valores em comum. Faltou apenas fumarmos um maduro da cohiba com uma boa dose de whisky mas essa fica para a próxima, está apenas adiado.

Ao mesmo tempo acessando meus e-mails me deparei com um questionamento sobre aquilo que se percebe apenas nas entrelinhas e sobre o que é mensurável. Não emiti opinião no inflamado debate porque muitas vezes ser observador é muito melhor do que ser agente.

Mas agora, retomando as minhas funções posso dizer seguramente que mais importante do que as duas palavras, entrelinhas e mensurável, preciso me posicionar e falar da forma com a qual vejo e entendo seus significados , importâncias e relevâncias.

Quando me falam do mensurável, sempre penso, na verdade, no intangível. Além de achar mais relevante, penso que reside ai a exata medida de valor. O intangível é tudo aquilo que agregamos em nós, nos outros, naquilo que fazemos e no que produzimos muitas vezes como fruto de nosso trabalho, de forma muito mais intensa, intuitiva e de caráter permanente.

E o mensurável apesar de permitir aferir com mais facilidade resultados, seja através de números, seja através de meros indicadores ou métricas, me parece ser uma medida superficial e imediata de valor. O intangível, normalmente, é muito mais duradouro mas como exige sensibilidade e muitas vezes a capacidade de ler além dos simples fatos, acaba por passar despercebido aos olhos menos aguçados ou treinados.

Se você se propuser ser cartesiano ou pragmático, muito facilmente você ficará com o mensurável, campo seguro que nos rodeia, mas se ao contrário, se se permitir explorar o que há de melhor e com isso se aprofundar na real potencialidade das pessoas, perceberá que há muito mais a captar em outras formas de leitura.

Se me perguntarem sobre em que devemos focar, se é no processo ou nas pessoas, lhe direi, sem titubear, que será nas pessoas. Os processos são criados, sobre dadas condições e circunstâncias, por pessoas e para pessoas, o que invariavelmente, se você observar, nos remete ao mesmo ponto de partida.

O foco é, portanto, ter as pessoas certas e com elas adequar os processos às realidades de cada lugar e cenário. O tempo e as condições para fazê-lo não devem ser ignorados ou tratados de forma leviana, muito pelo contrário, quanto mais adverso e inóspito for o cenário mais importante se torna valorar corretamente o trabalho realizado.

Outro fator, somente para arrematar o tema, é que a interrupção de um processo de maneira abrupta não pode, nem deve, turvar o senso de julgamento e valor do que se foi construído ou do que estava em construção e teve de ser interrompido, principalmente no que tange aos laços de confiança, cumplicidade e parceria.  Não fosse assim, deveriamos também, como profissionais, ser tão pragmáticos ou cartesianos  em nossas escolhas.

E é por isso que creio que somos melhores do que máquinas, por termos o aspecto emocional e a capacidade de reiventar e isso só me reforçar porque devemos focar sempre nas pessoas.

"
Una mirada no dice nada
Y al mismo tiempo lo dice todo
Como la lluvia sobre tu cara
O el viejo mapa de algún tesoro."
Una Palabra - Carlos Varela

terça-feira, 21 de junho de 2011

Faltando um pedaço



O amor e a agonia cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço
E o coração de quem ama fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando, 
que nem o meu nos seus braços” Faltando um pedaço - Djavan

O post desta semana tem a ver com um show que assisti semana passada e que pelo título fica óbvio de quem é. Os anos 80, geração da qual faço parte, foram recheados de talentos da música brasileira e para ser justo, internacional também. Desde o Rock até a MPB fomos premiados com verdadeiras pérolas que permearam diversos momentos de nossas vidas e que sem dúvida alguma marcaram toda uma geração.
No meu tempo, tinhamos apresentações de grupos musicais que interpretavam também sucessos dos cantores ligados a Bossa Nova. Interpretações maravilhosas de canções de Chico Buarque, Vinícius de Moraes, João Gilberto, Tom Jobim, Caetano Veloso,Toquinho,  apenas para mencionar alguns grandes talentos atemporais de nossa música, eram lugar comum em nossa rotina de barzinhos nos fins de semana. Quem no Rio de Janeiro, não se lembra de um famoso bar chamado “Cabeça Feita” ? Neste bar, inúmeras festas, encontros e alguns desencontros aconteceram e a idéia de dançar juntinho se fez presente visto que numa geração de Rock, dançar abraçadinho havia caído até então em desuso.
Djavan cujo show considero ida obrigatória a qualquer casal, seja em começo de relacionamento, seja simplesmente pela garantia de boa música e interpretação, transita em meu universo por todos estes anos. Acho que além de um excelente intérprete é sem dúvida alguma excelente compositor e apesar de ouvir de muitas pessoas que ao longos dos anos ele se tornou demasiadamente comercial, creio que revisitar suas canções, verdadeiros versos em movimento, é sempre garantia de alegrar seu coração.
Esta sexta fui sozinho ao show dele aqui em São Paulo. Foi uma excelente surpresa porque sem saber fui agraciado com um repertório de vários talentos de nosso cenário nacional. Interpretações de Cartola, Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Frank Sinatra, entre outros, foram o tema central do espetáculo dado que seu último CD foi não-autoral. Pude comprovar que além de talentoso, possui extremo bom gosto em seu repertório musical.
Claro que ele, como não poderia deixar de ser, escolheu também músicas do início de sua carreira, como Linha do Equador, Samurai, Sina, Oceano, Te devoro, entre outras. Acho que se ele quisesse poderia ter modelado o show de outras formas e ainda assim teria sido maravilhoso. Ele fez outra escolha excelente que me surpreendeu positivamente. Decidiu que iria fazer um show mais intimista com o uso até de um violoncelista. Escolha certeira, um toque de clássico nas sua canções.
E como era de se esperar, ao sair do espetáculo, estava recheado de idéias e inspiração outra vez. Decidi através de versos fazer uma homenagem ao brilhante cantor e compositor Djavan, vamos ver como me sai desta vez.
E vamos ver se o próximo post eu inovo e escreverei de outro País, até lá.

Djavaneando

Posso sentir o coração pulsar
E também aquele forte arrepio
Como a brisa do mar que afaga meu rosto
E seus lábios acariciando minha pele em desatino

Mãos entrelaçadas, olhares velados
Almas desnudas, ardor dos corpos em harmonia
Nós dois somente, o tempo suspenso
Tudo, como se não houvesse amanhã.

E agora, sinto como se faltando um pedaço
Como fosse verdadeira sina
Um imenso abismo, um oceano
Separando tal qual a linha do equador
Meus desejos do meu destino


São Paulo 20/06/2011/Rio de Janeiro 21/06/2011

domingo, 12 de junho de 2011

Sinais de Fogo


"
Que distância vai guardar nossa saudade ?
Que lugar vou te encontrar de novo ?
Fazer sinais de fogo
Pra você me ver...

Quando eu te vi, que te conheci
Não quis acreditar na solidão
E nem demais em nós dois
Pra não encanar...
" Sinais de Fogo - Ana Carolina

 Em fevereiro deste ano, eu escrevi o post La Vie en Rose a pedido de uma amiga. A tarefa foi árdua pelo desafio de escrever um texto baseado em outro, entretanto foi recompensador, porque várias pessoas ( inclusive homens) elogiaram o resultado final. 

Alguns podem dizer que o texto era brega ou meloso, mas prefiro entender que era intenso, vivo e sincero. Era uma crônica que foi originada de forma rápida e simples e surgiu como se de fato já estivesse pronta. Entendo que os anos de minha vida em que vivi o amor e a paixão ( sinto e respiro a idéia de amar algo ou alguém como forma de inspiração) me ajudaram e também os anos de confidente que me permitiram ver, ouvir e conhecer as mais diversas forma de se querer ou de sofrer por alguém com todas as agruras e gostosuras que isto significa.

Na época do post, fiz uma homenagem ao dia dos namorados ( normalmente 14 de fevereiro em muitos paises) e acredito que casou perfeitamente. Agora, meses depois, estou aqui de novo disposto a uma nova homenagem. Acredito que agora a tarefa se tornou mais desafiadora porque o primeiro texto teve excelente repercussão e principalmente porque escrever versos é sempre uma incerteza do resultado final.

Voltei ao Brasil para celebrar os 45 anos de casados dos meus pais e acho que não há outra fonte mais inspiradora do que isso, um casal que se ama há tanto tempo de forma igual e intensa e eu sendo o fruto deste amor. Ah!!! o dia dos namorados, nada como uma paixão e poder dizer "Adoro você" todas as manhãs, nada como uma fonte de inspiração.

Desta vez não vou escrever um poema inédito, vou editar um antigo que escrevi quando ainda iniciava como poeta e que considero atemporal e pertinente para a data que se celebra hoje e que de fato deveriamos celebrar todos os dias.

Amantes

Nós somos pássaros
Somos o vento, somos a esperança
Somos o tempo brincando com o nulo
Em um mundo escuro e vazio...

Somos amantes, corpos ardentes
Que simplesmente se querem
Somos a herança
Que não se cansa em nos castigar

Ao relento
Somos na verdade
O que a velha humanidade
Esqueceu de ser.

Rio, 24/05/1985

"
Você sempre surpreende
E eu tento entende
r
Você nunca se arrepende
Você gosta e sente até prazer

Mas se você me perguntar
Eu digo sim, eu continuo
Porque a chuva não cai
Só sobre mim 


...

E é tão certo quanto calor do fogo
Eu já não tenho escolha
E participo do seu jogo, participo
" Fogo - Capital Inicial

domingo, 5 de junho de 2011

Todo mundo fala mandarim ai?


"
I'm not dog no, for live so humble
I'm not dog no, for you be so very far
You don't know understand who is love, who is like
E eu já estou querendo stay here
And so there I go away "
I am not dog no - Falcão

Era um fim de tarde bucólico numa região erma nas longínquas terras na África onde um grupo de incautos homens de RH estavam reunidos para fazer uma avaliação da semana. Habitualmente estas reuniões tinham um cunho apenas de alinhamento das atividades em andamento, alguns itens pendentes e eventualmente alguma discussão que se fizesse necessária em ambiente isolado.

Naquele dia, porém, havia sido apenas uma conversa informal, a área começava a dar sinais evidentes de evolução e organização, percebia-se que o departamento mais do que qualquer coisa apresentava uma união que sem dúvida alguma  se tornaria em uma unidade em pouco tempo.

Exatamente as 18:30 adentra a sala o novo gerente. Homem de baixa estatura, estudado e experiente nas artes da construção civil. Começa a travar neste exato momento uma nobre conversa com o responsável pela área administrativa do projeto sobre sugestões e contribuições que poderiam agregar, as mudanças que já estavam acontecendo, qualidade e eficiência.

O mais interessante é que a conversa era travada como se somente eles dois existissem na sala, ou seja, nada mais no mundo importava. E isso se estendeu por pelo menos uns 8 minutos até que o novo gerente perecebesse que outra pessoas estavam na sala.
Neste exato momento, o intrepido gerente para a conversa e indaga a todos que estão na sala:
 
- "Desculpem-me, não vi vocês.  Todos vocês aí falam português?"
 
 Ato contínuo todos repetem a uma só voz : "Sim, falamos !!!!!"

O gerentão, um "poliflóta" da melhor estirpe continua então sua explanação:

- "So, as I was telling you about......"

E daí para frente o homem desandou a falar somente em inglês para a surpresa e espanto de todos na sala. Seu discurso durou pelo menos uns 20 minutos sem interrupção até que cansou e foi embora. Daí para frente, encerramos a reunião.  Não sem antes, é claro, rirmos sem parar com o acontecido.....

E depois o pessoal ainda reclama das executivas do post anterior....

"
Lágrimas não são forever
Dores já não são together
Quando a gente ama espera
Um dia assim chegar
Chegou


......
 

My eyes to see you
But I need
To believe it's true
Maybe my love likes crazy
Love is you, is you, is you, is you
And me and you
If I don't know how good it is
Só não demore quanto ao tempo pra chegar
" Quanto ao Tempo - Ivete Sangalo

sábado, 28 de maio de 2011

Só no Palatal...

 "
E aí galera fimose? Beleza pura ? Beleza pura....
....
Eu se considero-se um verdadeiro poliflota
Anywhile Let's go ....
Porque eu sou um cara super retrospectivo....
E eu ai conto meus factos
e as pessoas ficam silocomovidas.." Silas Simplesmente - Terça Insana


Semana passada o meu post teve uma repercussão inesperada. A quantidade de pessoas que me enviaram emails ou comentários pelo MSN foi diferente da maioria dos posts que escrevi até hoje. 

Posso dizer , sem sombra de dúvida, que as crônicas do nosso cotidiano, aquelas que nos pegam de surpresa numa fila de cinema, num momento de reflexão na varanda ou mesmo na praia enquanto observamos o mar e que ao atingirem nossas lembranças se transformam numa gargalhada gostosa,  formam o elo que certamente faz com que nossos encontros semanais valham a pena.

Gosto muito de observar as pessoas, ainda mais as mulheres. O mais interessante nelas , tirando obviamente qualquer cunho sexual que não faz parte deste contexto,  é observar como competem entre si e diria que chega até a ser divertido. Vamos a crônica e antes que eu comece, qualquer coincidência com pessoas ou fatos é mera semelhança...se é que você me entende

Desta vez estava num evento gastronômico bastante animado, várias mesas organizadas, ambiente descontraido e com pessoas dos mais diversos segmentos misturadas no maior clima de confraternização. 

Numa mesa lá no canto da área de recreação duas mulheres, futuras executivas, com certeza, conversavam sobre uma ação que haviam tomado pela manhã, uma reportava para outra que havia tomado todas as medidas e que os processos do "workflow" tinham sido atualizados após o "follow up " com os departamentos envolvidos e nada como um "Break down" para dar a perfeita divisão de escopos e responsabilidades. Confesso que minha inteligência não vai tão longe, mas estava bonito ouvir as duas falando bem empombado.

O dilema entre elas começou quando falavam do único entrave no processo, Sr. Rotman. Uma delas, não havia mencionado, além de suas habilidades profissionais é professora de inglês para desavisados como eu.... E ao ouvir a pronúncia pouco purista do nome do homem, começou a corrigir a outra executiva.....

Executiva 01: Não é "Roittiman" é "Rot" , "Rot" , "Rot" , "Rot" ,"Rotman", assim, ó , no palatal....

Estava uma cena linda, uma de frente para outra, a festa comendo solto, e aquela repetição de palatal daqui, palatal de lá, um caso sério....... Dava até para ouvir o estalar da lingua no céu da boca. A executiva 01 já perdera a paciência, apesar de ser  uma de suas maiores virtudes (hehehe),  e a outra insistindo em aprender a pronúncia correta. Um espetáculo.

Isso me lembrou uma namorada que eu tive e que passou anos tentando me ensinar a pronúncia de Waffle ( eu pronunciava "Ueifal" ao invés de "Uófall" , mas só de palhaçada, porque sempre é engraçado provocar quem tem um ar meio assim professoral....hehe. Isso só mostra que quanto mais o tempo passa, mais as situações se assemelham e só mudam os personagens....

Seja como for, coitado do seu Rottman......

"
You wear pyjamas, I wear pijamas
I wear pyjams and give up pijamas
And for we know we need each other so
We better call the calling off off
Better call the whole thing off
"  Let's call the whole thing off - Frank Sinatra


domingo, 22 de maio de 2011

Educação Sentimental


"
For you I was a flame
Love is a losing game
Five story fire as you came
Love is a losing game
" Love is a losing game - Amy Winehouse

Tudo que sei e pratico devo muito, sem sombra de dúvidas, às mulheres. Nós homens, dentro de nossas habilidades e limitações, temos muito a aprender com elas, seja em termos de romantismo, sensualidade, seja sobre praticidade, tentação e desejo.

Muito na vida seria mais fácil se ao invés delas tentarem fazer com que entendessemos coisas que nossas mentes limitadas são incapazes de ver, nos dissessem diretamente. Mas a dinâmica não é essa e é por essas e outras que devemos ouvir a voz da experiência de tempos em tempos.

E foi numa bucólica noite em que fui convidado a degustar um delicioso lanche, tipicamente caseiro, com dois casais de amigos e filhos que aprendi mais uma grande lição, daquelas para entrar nos anais da história (lá ele).

Discursava sobre um coaching que havia feito a pouco, onde minha experiência pregressa com relacionamentos tinha sido solicitada para ajudar um jovem incauto que desbravava naquele momento os tortuosos mares do amor.

O rapaz, ainda que interessado na moça, me questionou como deveria conduzir a relação de tal forma a mostrar que estava envolvido mas que não aparentasse que estivesse loucamente apaixonado, queria manter a relação evoluindo de forma natural e gradativa sem colocar a "carroça na frente dos bois"

Repetia em voz alta e, imitando seus trejeitos, expunha como me perguntava as coisas e durante a frase cabal : "E então, o que a gente faz quando está interessado na moça mas não quer que ela ache que já é um um relacionamento sério..." . fui cortado abruptamente pela explicação contundente e incisiva de uma das esposas, mãe de família, que, enquanto ninava seu filho pequeno no colo,  falou :

- "Ah!!!! Mete no C* dela logo, que eh para não pegar amizade......"

Risos soltos na mesa de jantar, mostrando que a sabedoria e simplicidade das respostas reside na objetividade, não pude esconder minha surpresa ao ouvir tal conselho e recomendação de uma mulher. Não porque fosse um absurdo, mas porque a cena dela ninando a criança no colo ao proferir a aquelas palavras no mais perfeito estilo nelson rodriguiano, mostrou  .......

"A Vida como ela é....."

"Eu quero ver
Você mandar na razão
Prá mim não é
Qualquer notícia
Que abala o coração...


Se toda hora é hora
De dar decisão
Eu falo agora
No fundo eu julgo o mundo
Um fato consumado

E vou-me embora " Fato Consumado - Djavan


sábado, 7 de maio de 2011

Poesias e Musas

"
I told you
That we could fly
'Cause we all have wings
But some of us don't know why
" Never Tear us apart - INXS

Quando ainda estava no Colégio Andrews, lá nos idos da década de 80, fizemos um trabalho sobre Vinícius de Moraes. Coube a mim, antes de tocarmos "Eu sei que vou te Amar" e eu declamar "O Soneto da Fidelidade" fazer a seguinte indagação ao público:

MM : Todo poeta tem uma musa. Mas o que é uma Musa?

Para minha surpresa a resposta me foi dada por Alessandra Ali que estudava em minha turma. Havia ensaiado com meu pai, antes do evento, que respostas daria no caso da pessoa acertar a definição de musa e caso errasse e ela brilhantemente acertou.

Uma musa usando, em parte, suas palavras é uma fonte de inspiração para o poeta e através de uma alegria ou momento de dor ou de perda, ajuda a popular nosso universo com as mais lindas prosas, versos ou canções. E é isto mesmo, a musa tem o poder, para não dizer o dever de permitir que se exprima através de palavras e sons, o que muitas vezes se diz em silêncio.

Naquela época já escrevia versos e diria que era o início de uma etapa produtiva porque na adolescência é que experimentamos o amor e o desamor com mais frequência e intensidade. Depois descobrimos que ninguém morre de amor e chegamos a conclusão que a dinâmica da vida pode ser perfeitamente traduzida pela canção de Guilherme Arantes:

"Há sempre um novo Amor,
  Uma nova saudade,
  Coisas do Brasil,
  Coisas do Amor" - Coisas do Brasil - Guilherme Arantes 

Rita Lee poderia ter facilitado nossas vidas e dado a dica do que as mulheres buscam, lançando algumas músicas mais cedo,  como a que segue, e quebraria alguns paradigmas :

"Papai do céu
  Me dá um namorado
  Lindo, Fiel, Gentil e Tarado"  Xuxuzinho - Rita Lee

E por mais duro que seja admitir, é verdade, tenho escrito versos de forma muito mais esparsa do que antes, não sei se isso é bom ou ruim, mas sinto falta do turbilhão de sentimentos dentro de mim que me levavam a escrever. Meu último poema foi escrito na Escócia, mais precisamente em Edimburgo em agosto do ano passado. Os versos se encontram no Post "Enquanto houver tempo" e penso que ficou bem legal.

E pensando nisso, realizei que a idéia da criação deste Blog, permitiu que eu passasse a ter diversas forma de me expressar, fosse através de textos, imagens, prosas ou versos. E de tempos em tempos arrisco aqui apresentar minhas poesias, revelando essa minha veia poética, vamos ver se me saio bem hoje... ou seria essa a  responsabilidade da minha Musa?

Soneto à Musa

Meus versos são como uma segunda pele
Que reveste meu corpo
Que exprime meus sentimentos
Revelando, em silêncio, o que dita meu coração

Mas se buscar seu nome
Nestes meus humildes versos
Não o encontrará em forma de anagramas ou acrósticos
Muito menos de forma explícita, posto que é parte indivisível.

Entretanto, se olhar bem perto,
Bem no fundo dos meus olhos, poderá cessar todas as buscas
Pois  lá estará, tal qual uma digital, a sua imagem

Pois versos são como espelhos d'alma
Representados através de devaneios, desejos e vontades
Vivos num universo harmônico, onde meus sonhos se tornam realidade.

Rio 07/05/2011