domingo, 28 de agosto de 2011

Quanto tempo leva?

"
We let it in
We give it out
And in the end
What's it all about?
It must be love

I give you my
I give you my
You give me your
You give me your joy


 ...

And whatever happens
What really matters?
It's all we've got
Isn't that enough?
"And So is Love - Kate Bush

Não preciso dizer o quanto eu adoro a Kate Bush. Recentemente ela lançou um CD , "Director's Cut" onde ela fez releituras de canções dos CD The Sensual World e The Red Shoes e posso dizer que em várias canções as mudanças foram interessantes, dando nova roupagem, demonstrando que podemos sempre de uma idéia aprimorá-la, para torná-la ainda melhor.

Este fim de semana, foi daqueles bem cultural e ao mesmo tempo atípico. Fui ao show de Julieta Venegas e Marisa Monte, assisti o Balé Kirov interpretando o Lago dos Cisnes e fui numa balada chamada The Clash da qual cheguei em casa as 08:00. Mas não foi só isso, cada parte destes eventos foi permeada pelas mais diversas formas de surpresas.

Na sexta, quando fui assistir Julieta, no show que antecipava sua apresentação, um grupo de salsa cubana muito legal tocou com Carlinhos Brown. Bom, não sou nenhum fã de Carlinhos mas estava tirando fotos do palco dos cantores e o lugar estava com uma energia muito boa, eis que quando tirava uma foto com meu iphone, uma bola gigante (daquelas que as pessoas ficam socando nos shows) bate bem no meu celular. Nem preciso dizer que o visor ficou estilhaçado após rolar pelo chão em meio a multidão. Nada que pudesse tirar meu bom humor porque pensei: "Amanhã, conserto isso e resolvo o problema". Sábia decisão, fiz isso mesmo e não deixei um pequeno contratempo acabar com meu programa.

No sábado após um agradável almoço com um grande amigo em uma galeteria famosa aqui de Sampa, me preparei para ir ao Municipal assistir o Ballet Kirov. Engraçado como a vida me permitiu um enriquecimento cultural imenso, verdadeiro ativo, nestes últimos anos. Tive o privilégio de assitir a esta companhia em São Petesburgo, Rússia em 2009. Fui ao famoso Teatro Mariinsky onde assisti o Ballet Corsário e a Ópera La Traviata. Não preciso dizer que é uma experiência única e poder assisti-los aqui no Brasil interpretando "O Lago dos Cisnes" , foi maravilhoso.

Mas como nem tudo é perfeito, lá fui eu sair de carro para o teatro. Antes de explanar vai uma dica, se for ao municipal vai de táxi. Mas como sou teimoso fui de carro e botei o endereço do teatro no GPS ( não sou de Sampa, logo ainda dependo muito deste aparato). Após 25 minutos descubro que o GPS tá me levando para o lugar errado e faltando 30 min para começar o teatro, decido que é melhor parar , pedir um táxi que me guiasse até o teatro e pronto. São estes minutos que definem a vida de um homem.....Por que não fui esperto, parei o carro num shopping (estava colado no Eldorado) e fui de táxi? 
Bem, claro que cheguei em cima da hora e não havia lugar em nenhum estacionamento para parar. Parei na Rua mesmo, mas o receio de levar uma multa, rebocarem meu carro ou pior, roubassem, atrapalhou o que poderia ser uma noite mais tranquila e agradável. Não sei se levei a multa ou não, mas pelo menos meu carro estava lá a salvo. Lição aprendida, NUNCA mais faço isso.

Se você leu este post até agora, deve estar se perguntando o que a citação de hoje e o poema , escrito por mim em 2005, estão fazendo neste contexto? Calma, calma, eu abro muitos parenteses mas sempre fecho um por um e logo, logo tudo fará sentido.
Achei que iria para casa depois do teatro e dormiria cedo para continuar meu treinamento de condicionamento físico, mas não foi isso que aconteceu. Acabou que eu fui encontrar com amigos e ficamos na Rua ate as 08:00 da manhã como falei. Rodei a cidade de São Paulo e esta atividade me permitiu uma longa conversa sobre relacionamentos e a conclusão de que muitas vezes carregamos um saco de tijolos nas costas que impede de seguirmos em frente com a vida. Calma, calma, não estava falando de mim, mas escutando as histórias de longos relacionamentos que ainda afetam a dinâmica da vida de muitas pessoas.

E ai me veio a idéia, isso mesmo de madrugada, dentro de uma balada, em Sampa, ouvindo musica eletrônica, de escrever este post e revisitar a pergunta que eu mesmo me fiz em 2005, Quanto tempo leva?
Interessante que esta frase/pergunta permite várias interpretações e análises porque dependendo do contexto podemos estar falando do tempo para se esquecer uma pessoa, se libertar das mágoas e recomeçar ou do tempo que levará para a pessoa amada voltar para você. O poema na época falava da expectativa do reencontro porque estava longe e ansioso por voltar para casa. Seja como for, esta uma pergunta de difícil resposta porque não temos, como já mencionei em outro post, um botão de ON/OFF no coração que nos faça tanto esquecer como se apaixonar.

O tempo para se recomeçar deve ser tal que todas cicatrizes estejam curadas e que se restabeleça para sorrir novamente para o mundo. Mas cada um tem seu tempo, não tem certo nem errado, nem também fórmula mágica ou pó de pirlimpimpim (essa é velha, é do tempo do Sítio do Pica Pau Amarelo) que resolva esta equação e muito menos eu pretendo aqui apontar uma resposta ou direção. 

Mas enquanto isso vamos, divagando, rimando e seguindo em frente. Até o próximo post.


Quanto tempo leva ?

Quanto tempo leva?
Para saber o que se sente
Enxugar lágrimas
E apagar mágoas.

Quanto tempo leva?
Para restaurar um sorriso
O brilho nos olhos
E o encanto que existe nas pequenas coisas.

Quanto tempo leva?
Para merecer um beijo
O calor de um abraço
Carinhos que façam o coração disparar.

Quanto tempo leva?
Para dizer em silêncio
O que não se expressa em mil versos ou palavras.
Que trará de volta o que está tão perto
E agora mesmo tão afastado.

Quanto tempo leva?

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