terça-feira, 21 de junho de 2011

Faltando um pedaço



O amor e a agonia cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço
E o coração de quem ama fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando, 
que nem o meu nos seus braços” Faltando um pedaço - Djavan

O post desta semana tem a ver com um show que assisti semana passada e que pelo título fica óbvio de quem é. Os anos 80, geração da qual faço parte, foram recheados de talentos da música brasileira e para ser justo, internacional também. Desde o Rock até a MPB fomos premiados com verdadeiras pérolas que permearam diversos momentos de nossas vidas e que sem dúvida alguma marcaram toda uma geração.
No meu tempo, tinhamos apresentações de grupos musicais que interpretavam também sucessos dos cantores ligados a Bossa Nova. Interpretações maravilhosas de canções de Chico Buarque, Vinícius de Moraes, João Gilberto, Tom Jobim, Caetano Veloso,Toquinho,  apenas para mencionar alguns grandes talentos atemporais de nossa música, eram lugar comum em nossa rotina de barzinhos nos fins de semana. Quem no Rio de Janeiro, não se lembra de um famoso bar chamado “Cabeça Feita” ? Neste bar, inúmeras festas, encontros e alguns desencontros aconteceram e a idéia de dançar juntinho se fez presente visto que numa geração de Rock, dançar abraçadinho havia caído até então em desuso.
Djavan cujo show considero ida obrigatória a qualquer casal, seja em começo de relacionamento, seja simplesmente pela garantia de boa música e interpretação, transita em meu universo por todos estes anos. Acho que além de um excelente intérprete é sem dúvida alguma excelente compositor e apesar de ouvir de muitas pessoas que ao longos dos anos ele se tornou demasiadamente comercial, creio que revisitar suas canções, verdadeiros versos em movimento, é sempre garantia de alegrar seu coração.
Esta sexta fui sozinho ao show dele aqui em São Paulo. Foi uma excelente surpresa porque sem saber fui agraciado com um repertório de vários talentos de nosso cenário nacional. Interpretações de Cartola, Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Frank Sinatra, entre outros, foram o tema central do espetáculo dado que seu último CD foi não-autoral. Pude comprovar que além de talentoso, possui extremo bom gosto em seu repertório musical.
Claro que ele, como não poderia deixar de ser, escolheu também músicas do início de sua carreira, como Linha do Equador, Samurai, Sina, Oceano, Te devoro, entre outras. Acho que se ele quisesse poderia ter modelado o show de outras formas e ainda assim teria sido maravilhoso. Ele fez outra escolha excelente que me surpreendeu positivamente. Decidiu que iria fazer um show mais intimista com o uso até de um violoncelista. Escolha certeira, um toque de clássico nas sua canções.
E como era de se esperar, ao sair do espetáculo, estava recheado de idéias e inspiração outra vez. Decidi através de versos fazer uma homenagem ao brilhante cantor e compositor Djavan, vamos ver como me sai desta vez.
E vamos ver se o próximo post eu inovo e escreverei de outro País, até lá.

Djavaneando

Posso sentir o coração pulsar
E também aquele forte arrepio
Como a brisa do mar que afaga meu rosto
E seus lábios acariciando minha pele em desatino

Mãos entrelaçadas, olhares velados
Almas desnudas, ardor dos corpos em harmonia
Nós dois somente, o tempo suspenso
Tudo, como se não houvesse amanhã.

E agora, sinto como se faltando um pedaço
Como fosse verdadeira sina
Um imenso abismo, um oceano
Separando tal qual a linha do equador
Meus desejos do meu destino


São Paulo 20/06/2011/Rio de Janeiro 21/06/2011

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