sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Distância Focal


"
Olhos que procuram em silêncio
Ver nas coisas, cores irreais

O seu instinto, é o meu desejo mais puro
Esse seu ar obscuro
Meu objeto de prazer
Mas se você quiser, eu bebo o seu vinho
Mas se você quiser sou pedra, flor, espinho
"  Pedra, flor, espinho- Barão Vermelho

Bom, cá estou eu acordado, 03:25 da manhã, em Dubrovnik - Croácia, mantendo minha rotina de atualizar meu Blog. Primeiramente gostaria de me desculpar com aqueles que recebem meu post via email porque mandei sem querer uma publicação de forma equivocada. O lado ruim é que tira o suspense do título, mas o bom é que não havia escrito nada nem definido a imagem.

Distância focal....hum... estava outro dia pensando neste assunto. Será que a distância focal muda a forma como enxergamos o mundo ou as coisas? Será que a distância focal é mero pretexto para vermos as coisas dando o ângulo que melhor nos convém? Será que a distância focal nos permite distorcer os fatos e a realidade ou pelo contrário cabe a ela botar tudo em perspectiva?

Tive a oportunidade de conhecer a Bósnia e Herzegovina e também Montenegro nos dois dia que se passaram. Para quem não sabe, foram parte da antiga Iugoslávia e sofreram num passado relativamente recente com a guerra. Fiz um tour em Mostar, na Bósnia, e pude ser guiado por um local que participou da guerra e que certamente pela forma como abordou o tema comigo, tirou algumas vidas no processo.

Confesso que isso me fez refletir sobre a vida, sobre a dinâmica das coisas e sobre quão efêmero são os momentos em que podemos experimentar e como perdemos tempo conjecturando, muitas vezes, sobre coisas que são impossíveis de prever. Também me fez pensar nas marcas e dúvidas que carregamos conosco e de como temos dificuldade em superar nossos medos, ao invés de olhar para trás, aprender e algumas vezes deixar para lá e seguir em frente.

Mas não tem jeito, penso eu, o passado sempre nos cobra cedo ou tarde e traz a tona estes momentos. Digo isso em termos gerais, porque notei no tom de voz e no olhar do meu guia que a vida prosseguiu mas ele continua preso ao seu passado, disse para mim que estava em paz com o que passou, mas disse isso, como alguém que deseja se convencer da verdade e não porque acredita nela.

Por isso, sempre gosto de digerir estas experiências e traçar paralelos em minha vida. Lendo o momento que vivi naquele dia, pude realizar que há muitas coisas importantes acontecendo neste momento e que precisamos seguir o fluxo e permitir que esta onda continue crescendo positivamente. Devemos experimentar e acima de tudo arriscar. Risco sempre faz parte do processo de conquista e autoconhecimento, o que me remete a expressão: "Quem nunca se aventurou, nunca ganhou nem perdeu". 

E neste momento ficou claro o que é a distância focal para mim. É o espaço físico ou de tempo que une ou separa as pessoas e decisões, é a forma como conseguimos ajustar nossa visão e realmente passar a enxergar os fatos e entender a razão de cada momento existir. Eu decidi viver os meus momentos, constantemente ajustando o foco e meu ângulo de visão, mas sempre vivê-los e vocês?

A imagem do álbum do Alejandro Sanz é para mim emblemática, assim como o próprio título do CD, "No es lo mismo", e representa que sempre temos mais de uma forma de ver as coisas e que ao mesmo tempo sempre podemos expandir nosso campo de visão ou simplesmente decidir deixar tudo como está.

Até semana que vem.

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Eles brincam com fogo
Sabem queimar
Eles brincam com fogo
Sabem queimar...
Eles brincam com fogo
Sabem queimar
Eles brincam com fogo
Sabem queimar...
" Belos e Malditos - Capital Inicial

2 comentários:

  1. Excelente texto, Marcelo. Lúcido e preciso.
    (acho que vou recortar e andar com ele no bolso)...rsrsrs. Mande notícias, meu velho! Confesso que fiquei "bolado" com certas notícias das terras por onde andas. Mas já percebi que está tudo bem com vc.

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  2. Oi Marcelo, manda notícias. Leticia

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