sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O primeiro mês de namoro




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Coisas fáceis, fazer um agrado
Coisas fáceis, abrir um sorriso
Coisas fáceis, estender os braços
Coisas fáceis, agir com juízo


São coisas pra se fazer
Sem esperar recompensa
São coisas pra se querer


Coisas tão simples
E tão difíceis de esquecer " Coisas Fáceis - Luciana Mello


Eu tenho um pé no romantismo, é fato. Já tive muito mais é verdade e não sei se em razão da idade ou pelo fato de minha espécie estar na lista de extinção do IBAMA, ultimamente minha motivação em desenvolver ou estimular este lado mais sensível (lá ele) já não é mais a mesma.

Mas houve um tempo, muito tempo atrás, onde este lado aflorava em mim por todos os meus poros. Cartões do Garfield, poemas, flores, presentinhos e aquelas pequenas lembranças personalizadas que marcam e identificam o apreço específico que você tem por aquela pessoa.

Minha primeira ex-mulher, Ana, é uma daquelas mulheres, talentosas, sensíveis e românticas. Que montam cartões personalizados, dão aquele apelidos carinhosos e específicos que ditos em público fazem você corar, mas que na intimidade são até divertidos. (Não não vou dizer qual era o meu, hehe)

Comecei a namorar com ela em janeiro de 1994 e quando completamos o primeiro mês de namoro decidimos comemorar em alto estilo, jantando num restaurante chique em Ipanema/Rio de Janeiro. Comprei um daqueles cartões do Garfield, um par de brincos e uma ovelhinha de pelúcia daquela que faz barulho quando você aperta (hoje parece brega, mas na época era um sucesso com a mulherada, todo tipo de animal....um verdadeiro zoológico).

O único detalhe e este foi o truque é que ao invés de dar o presente de imediato, guardei tudo no porta-malas e deixei para dar a ela depois do jantar e não falei nada sobre isto. Ela para variar veio cheio de surpresinhas e uma caixa enorme da Richards (loja chique que temos no Brasil) e foi me dando além de um beijo prolongado e gostoso, é claro, um cartão que ela fez e me pediu para lê-lo no carro. Lindo, sem dúvidas, agradeci e seguimos para o restaurante.

Chegando no restaurante, ela me entregou a caixa do presente toda sorridente e com aquele ar de confiança e satisfação. Eu abri e lá estava uma linda camisa social,  ela sempre teve extremo bom gosto, e obviamente agradeci dando-lhe um beijo. Ela, ansiosa agora, ficou esperando o presente dela e nada......O jantar passando e nada.....A sobremesa chegando e nada.......

Resolvi comentar que a vida de universitário era muito difícil, que a grana estava curta, o mundo muito complicado e que como não esperava receber presente no primeiro mês, não havia planejado, nem comprado nada. Ela obviamente com uma cara de decepção disse que não tinha problema que sabia com eram estas coisas ( depois ela confessaria que pensou: "Só arrumo estes pé rapados, impressionante...") e em seguida amarrou a cara o resto da noite.

Em dado momento, ela reparou que estava usando um relógio novo e disse: "Nossa, que relógio bonito !" Eu, mais que prontamente, respondi que sim e que o havia comprado naquele dia mesmo, afinal de contas precisa cuidar de mim..... Nem preciso que aquilo foi a gota d'água e ela fechou a cara o resto da noite revoltada como eu podia ser tão insensível e só me preocupar comigo ( ela não disse isso, é claro, somente dava para ler que ela pensava isso...heheh)

Pagamos a conta, sugeri dividir, afinal de contas vida de universitário não é mole....( estava malvado esta noite, heheh) e ela concordou. Voltamos para o carro, dei a volta por trás do carro e ai abrindo o porta malas sem ela ver, peguei todos os presentes e quando entrei no carro comentei:

MM : Olha só o que encontrei no porta malas....acho que é para você....
Ana : Jura? para mim?
MM: Claro, você acha que tinha me esquecido de você e da data?
Ana: Achei que mais uma vez tinha escolhido um daqueles pé-rapados...
MM: Não , Não , fiz de propósito, só para dar uma emoção.....
Ana: Quase ia terminando com você...
MM: Bom ainda bem que não terminou, abre e vê se você gostou.....

Bom, nem preciso dizer se ela gostou, porque obviamente se nos casamos , não me sai tão mal assim...hhehehe. Mas aprendi a lição, nunca mais brinco com essas coisas.....

Um comentário:

  1. Oi marcelo
    Realmente este tipo de homem romantico esta em extinçao mesmo,mas pessoas como voce sempre sao especiais e eu admiro muito isso.
    Abraços
    Marcia bader

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