segunda-feira, 28 de novembro de 2011

In Between days


"
Do you remember, chalk hearts melting on a playground wall
Do you remember, dawn escapes from moonwashed college halls
Do you remember, the cherry blossom in the market square
Do you remember, I thought it was confetti in our hair
" Kayleigh - Marillion

Ainda lembro dos versos que eu fiz
Dos beijos que dei
De quão suave é sua pele
E do calor do seu corpo.

Ainda lembro das nossas madrugadas em claro
Do seu sorriso
Do desenho do seu rosto
Da luz do luar delineando seu corpo.

A pele macia, seu perfume, seu cheiro
Das nossas longas conversas até o amanhacer
De tudo aquilo que te torna única.

E desejaria manter estes momentos suspensos,
Pelo seu necessário tempo, até que nossos universos se alinhem
E seus sonhos sejam novamente meus.

Esperando aquele único instante
Onde a vida se simplifique
E meu mundo seja outra vez somente seu.

"
remember how it used to be
when the stars would fill the sky
remember how we used to dream
those nights would never end
those nights would never end
" To wish Impossible things - The Cure

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tudo aquilo que nos define


"
Eu me apresento em alto e bom som,
para que todos possam ouvir.
Cara sagaz e cascudo, direto do Andaraí.
Eu vou do M para o A,para o R, para o C, para o E, para o L, para o O 

...
Revolução eu vou fazer de maneira diferente: 

tiro o ódio do coração e tento usar mais a mente.
Botam barreiras no caminho mas sou persistente. 

Posso cair, mas me levanto e sigo em frente. " Stab - Planet Hemp

Em maio de 2010, estive na terra de meus antepassados, a Polônia. Inevitavelmente como mostra a foto do post de hoje, estive em Auschwitz. A frase escrita na entrada "O trabalho liberta" impressiona, assim como o próprio local bem como sua história de dor e pelo absurdo que o ser humano pode chegar quando está cego pelas suas ambições e ideologias.

Quando decidi visitar a Polônia, lembrei-me que minha avó uma vez disse a minha mãe e tias que nossa história havia terminado na fuga durante a guerra e que não haveria mais nada a fazer por lá. Sem querer ser desrespeitoso ou teimoso, como queiram, tive de discordar e ir em busca daquilo que compõe quem sou hoje e da própria origem do meu nome.

GRYNBERG, parte de meu sobrenome de origem polonesa, significa Monte Verde em português. Se pensar que, por parte de pai, meu sobrenome é MATOS, perceberemos a similaridade existente entre ambos o que demonstra, evidentemente, que o acaso não existe. Acredito que, na vida, para sabermos onde queremos chegar ou do que realmente somos capazes, devemos desnudar nossa identidade e descobrir quem somos conhecendo cada parte que nos integra.

Independentemente do fato de parecer triste uma visita a um campo de concentração, posso dizer que não foi só isso que me levou a Polônia ou somente isso que visitei. Fiquei alguns dias na Cracóvia , não não é aquele país que morava o Tom Hanks em "O Terminal", visitei Cracopane, as Highlands, região de esqui no inverno e a imperdível mina de sal que possui em seu interior uma igreja belíssima onde a nata da sociedade da Polônia realiza muitos casamentos.

Alguns podem achar estranho este meu útlimo comentário sobre casamentos católicos, mas resta-me dizer que como os Judeus foram exterminados durante a guerra, existe hoje, uma predominância católica no País. Isso, obviamente não me impediu de visitar o Bairro Judeu e andar por varias locações onde foi filmado  "A Lista de Schindler".

A este ponto, é óbvio, já deve ter ficado claro que sou Judeu. Todos os filhos de mãe judia são, pelas leis judaicas, judeus e disso me orgulho muito. Visitar a Polônia foi para mim um divisor de águas em minha vida e entendo que isso certamente não foi obra do acaso.

Sai da Líbia, local onde trabalhei por mais de 2 anos, após ter basicamente definido que meu ciclo por lá havia terminado. Em uma conversa com meu líder havia ficado claro que minha missão como Gerente de TI estava concluída. Havia organizado a área, tinha uma equipe competente e coesa e acima de tudo tinha formado um substituto para meu posto, que como o tempo veio a comprovar, demonstrou ser uma pessoa talentosa, competente e brilhante.

Havia ficado acertado que após minha viagem de descanso , chama-se Home Leave, faria a transição e a partir daí buscaria um novo desafio, muito provavelmente na América Latina. Antes de viajar, entretatnto, fiz uma provocação ao meu líder questionando o fato de que eu, tendo a versatilidade de possuir múltiplas formações, ainda poderia contribuir no projeto e consequentente para a empresa. Meu líder ficou de pensar no tema e responder na minha volta.

Tinha como certo, confesso, que isso não iria ocorrer. Não por nenhum problema de estima, longe disso, mas porque achei que numa decisão mais conservadora, meu líder optaria por alguém mais experiente para a função que me candidatei, ou seja, Gerente Administrativo.

Devido a esta decisão, de ir para outro programa, acelerei minha ida a Polônia. Por uma questão histórica, após visitar a Alemanha, Hungria, Áustria e Rússia, não visitar a Polônia seria para mim um sacrilégio. Agendei a viagem e sem muitos planos decidi ir a Crcóvia e não a Varsóvia.

Após chegar de um passeio, não me lembro agora, se a Cracopane ou a Auschwitz, resolvi dar uma parada no hotel para descansar e verificar meus emails. Tinha, aliás ainda tenho, o hábito de religiosamente gastar 1 hora lendo meus emails durante as viagens. Evita surpresas, acreditem.

Para minha surpresa numa delas havia a mensagem do meu líder dizendo: "MM, mande seus contatos ou me ligue que preciso falar com você". Confesso que imaginei que se tratasse de algum problema e ele pediria que eu voltasse mais cedo. No ano anterior, quando estive na Rússia quase tive de voltar e fiquei trabalhando 24 hrs no hotel para meu antigo líder.

Sem querer demorar, liguei eu mesmo para ele. Ao atender travamos a seguinte e breve conversa:

Dimas : E aí MM, tudo bem?  Ta curtindo as férias?
MM    : Sim, estou. Aconteceu alguma coisa, precisa que eu volte?
Dimas: Não tá tudo bem, só queria te perguntar se você está motivado, está?
MM    : Sempre,  Por quê?
Dimas: Porque então descansa bastate e se prepara que quando você voltar, você vai ter muito trabalho como Gerente Administrativo.
MM   : Obrigado pela confiaça, vou aproveitar sim, até a volta
Dimas: Abraços.

Não preciso dizer que além da surpresa da novidade, veio em minha mente cada um de meus antepassados, especialmente meus avós. Aquilo era um sinal, um presente, uma resposta. Minha ida a Polônia estava mais do que justificada, mais do que descobrir minhas origens coube ao meus antepassados apontar qual direção a seguir.

Acredito que cada um de nós faz o seu prórpio destino, mas algumas vezes o universo também conspira a nosso favor.

Ainda assim, fica a dica, conheça suas origens, seus alicerces, conheça tudo aquilo que te defina.