sábado, 23 de janeiro de 2010

Onde tudo começou

Bom, como havia dito minha primeira poesia foi Carlota. Na verdade, Carlota começou como Maria Fernanda mas acabou ficando Carlota mesmo. Quando se é novo, além de seus recursos serem mais escassos, as paixões são muito dinâmicas e assim, uma vez que os versos tomaram vida e foram entregues a minha musa final, o nome não mais seria mutável.

Isso foi uma lição que eu aprendi e que nunca mais deixei acontecer. Versos, textos e momentos são únicos e totalmente pessoais. Se os versos exalam Fernanda serão para sempre Fernanda e merecendo ou não é assim que vai ser. Anos depois, Nando Reis resumiria com perfeição este meu pensamento :

"Os versos seus
Tão meus que peço
Pros versos meus,
Tão seus,
Que esperem que os aceite.
Em Paz. " Resposta - Nando Reis.

E veja como o tempo modifica tudo, se aos 12 anos escrever versos não me tornaria o cara mais popular da escola, na verdade demonstrar sensibilidade era meio péssimo ( como me diria uma amiga minha, hehe), hoje presentear uma mulher com versos causa um impacto totalmente diferente. Interessante como é o tempo e como ele opera grandes mudanças. A verdadeira ilógica lógica da vida.

Falando de primeiro poema, enquanto aqui escrevo estava teclando no msn com minha primeira namorada, Fabiana. Engraçada a coincidência, primeiro verso, primeira namorada, o começo. O mais legal é que até hoje somos amigos, fui inclusive em sua festa de 15 anos, no Leblon.

Bom, chega de papo e vamos a Carlota...veremos onde tudo começou.

Carlota

Carlota manda e desmanda
Claro que no meu coração
Talvez uma canção apenas
Não desperte suas emoções
Porém, quem sabe, apenas pequenos versos
Possam unir dois corações.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Quem sou eu ? Colecionador de Divórcios e Faqueiros

A primeira vez que ouvi esta frase, dita obviamente com tom provocativo e ofensivo, fiquei relativamente surpreso. Na segunda oportunidade, desta vez num email com um pedido formal de desculpas, a frase não me causou tanto impacto até porque vinha modificada pela expressão "Colecionador de casamentos e faqueiros", entre elogios inusitados como este e obviamente uma pitada de humor começo minha apresentação formal.

E não é bem isso, mas é mais ou menos isso. Tenho 38 anos, 2 casamentos desfeitos, sem filhos, 2 faqueiros, um deles presente de minha madrinha de batismo e outro de uma "tia", grande amiga de minha mãe, e apesar dos percalços da vida, convivo com a certeza que entre erros e acertos, mais do que tudo sempre fiz escolhas. Ao longo de minha vida, o único acordo que fiz comigo mesmo foi o de nunca me omitir em relação a tomada de decisões, nem sempre todas certas, nem tantas assim tão erradas.

O saldo da minha vida é mais do que positivo. Amei, chorei, estudei, viajei e experimentei as mais diversas sensações, o que me permite dizer que olhando para trás tenho muito pouco do que me arrepender. Claro, que se tivesse uma bola de cristal ou metade da experiência que tenho hoje, não teria tomado muitas decisões ou escolhido alguns caminhos, mas ai nem seria eu quem estaria aqui escrevendo, seria outra pessoa e nem sei se esta pessoa seria melhor do que sou hoje.

O fato é : tenho uma longa jornada pela frente e convivo com a certeza de que o futuro depende somente da capacidade de sonharmos e neste sentido estou bem, porque acho que nunca é demais sonhar.

Bom é isso, a idéia do blog é falar um pouco de mim, contar algumas histórias, e quem me conhece sabe que tenho muitas, publicar alguns textos e versos e falar um pouco sobre as viagens que fiz e das muitas que ainda pretendo fazer.

Uma amiga recentemente ao lhe contar uma destas histórias, me perguntou se não sentia vergonha em contar certos fatos sobre a minha vida. A pergunta muito pertinente veio seguida de uma resposta simples: minhas histórias fazem de mim o que sou hoje e não haveria sentido em esconder isto, porque não vejo problema em mostrar por quais estradas passei ao longo do meu caminho.

Quem sabe até já não nos esbarramos em algumas delas?

Desejem-me, Boa Sorte......Epa, Boa sorte? Bem isso, já é outra história.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Versos e Afins

Desde muito novo escrevo versos, desde os 12 anos se me lembro bem. Meu primeiro poema, Carlota, foi o terceiro colocado num concurso na Cultura Inglesa quando nem imaginava levar mais a sério a idéia de escrever.

Hoje, muitos anos depois e sobre severo crivo de meu pai, homem que me serve de exemplo e cuja cultura, vastíssima, lhe permite criticar construtivamente meus versos, creio ter aprendido um pouco sobre poemas , crônicas e afins de forma a permitir dizer que posso me atrever publicá-los.

Este abaixo é meu último e para minha grata surpresa saiu enxuto e ao mesmo tempo delicado e contundente. Espero que gostem.


Harmonização da Alma

Repentinamente senti meu coração disparar: era minha alma com sede.

Sedenta por novos encantos.
Por “Bom Dia” todas as manhãs.
Por pequenas idiossincrasias que só eu possa compreender.

Sedenta por desejos revelados através de versos.
Pelo cheiro suave de outro perfume em meu corpo.
Pela respiração ofegante, no quarto, à meia luz.

Sedenta por alguém que me seduza.
Que mexa comigo, balance meu mundo.
Que nunca me deixe silenciar.

Sedenta por madrugadas em claro.
E por corpos suados,
entrelaçados até o amanhecer.

Sede que o frescor dos lábios vai saciar,
Do desejo de me jogar nos abismos,
Da sua voz no ouvido.

Pois o que agora sacia minha alma é apetecer a sua.

Tripoli 22/08/2009