sábado, 24 de setembro de 2011

Mulheres que o quê ? - Releitura

"
Melvin Udall: Oh God, this is like a nightmare.
Receptionist: Oh come on! Just a couple of questions. How hard is that?
Receptionist: How do you write women so well?
Melvin Udall: I think of a man, and I take away reason and accountability. "

Às vezes ocorre de estarmos sem criatividade e imaginação e, como sempre, o destino nos brinda com presentes que se percebidos com a lente certa, nos proporciona a oportunidade de dissertar sobre temas polêmicos que, no entanto, são relevantes.

Como venho repetindo há alguns posts acompanho o Blog de minha amiga Bárbara Teles. Esta semana ela publicou mais um texto e desta vez, envolvido pela polêmica do assunto, pedi autorização a ela para fazer uma releitura dando uma ótica masculina para um tema que, no mundo de hoje, seja numa sociedade ocidental ou não, carece atenção. 

O post, recomendo que leiam, chama-se Mulheres que o quê? e trata do papel da mulher na sociedade de hoje, a evolução deste papel ao longo do tempo e quais efeitos diretos e colaterais esta mudança de cenário nos trouxe.

Longe de ter a presunção de escrever um texto igual ou superior ao dela, pretendo dissertar sobre minha visão sobre o tema. Há muitos anos, já vejo esta nova dinâmica do papel da mulher em nossa sociedade e as questões e preocupações levantadas sempre me levaram a refletir, de forma que acho interessante partir de um mulher certas colocações contidas no texto.

Antes de mais nada, a idéia do texto que hoje escrevo, baseia-se num filme que assisti recentemente que é bem antigo mas eu adoro. O filme chama-se : Ela disse, Ele disse. Conta a história de dois jornalistas que na disputa por uma coluna de um famoso jornal, acabam por dividi-la, cada qual colocando sua opinião e ponto de vista. Dito isto vamos lá.

Antes que minhas amigas e leitoras briguem comigo, a citação acima é do filme Melhor Impossível ( As good as it gets) e serve tão-somente como uma provocação e não uma opinião da qual compartilhe. Se não fosse assim, não haveria razão em me interessar em explorar o tema de hoje, porque entenderia que não há nada a agregar.

Na verdade, acho e sempre achei as mulheres melhores que nós homens. São em regra, mas centradas, organizadas e temendo sofrer represálias, mais inteligentes. Além disso, tem a capacidade de criar filhos (crescidos ou não, hehehe) e ainda arrumar tempo para cuidar da casa. Vou mais além, resistem muito mais a dor, tem instinto aguçado de proteção e uma capacidade de amar incondicional.

Isso não quer dizer que sejam perfeitas, claro que não, fosse assim nem precisariam de nós e certamente o mundo seria menos azul e a vida, pelo menos a minha, mais triste. Neste ponto, de não serem perfeitas, é que reside o mote do conflito entre a modernização do papel da mulher em nossa sociedade.

Primeiro, um conselho: Não entrem nesta competição com os homens, sinceramente é uma tolice porque está claro que, tirando uma cobrança social, não somos realmente páreos para vocês. Dado o conselho, me resta dizer que exatamente a ausência de um senso puro e matématico é que torna tão brilhante e instigante cada mulher.

Esta abertura e liberalismo social, levaram a mulher a largar um pouco o lado do que se via na época dos nossos pais e criou um exército de executivas competentes, brilhantes, mas muitas vezes (nem sempre, nem todas) sem brilho. Por outro lado, como efeito colateral, surgiram aquelas que saudosas do tempo em que os homens viam as mulheres como bibelos, desejam o melhor dos dois mundos, serem paparicadas e ao mesmo tempo completamente independentes.

Veja, creio que todo mundo quer o melhor dos mundos, mas neste caso ter o melhor dos dois mundos, para mulher, é relativamente utópico e muitas vezes inviável. Recentemente vivi uma experiência interessante com uma mulher que teve exatamente esse comportamento paradoxal. Pediu que deixasse que pagasse uma conta em um restaurante  para, tempos depois, discursar para suas amigas que teve que pagar a conta, tal a falta de cavalheirismo de minha parte.

Bom, nem vou entrar no mérito da exposição indevida e equivocada sobre minha pessoa, posto que quem me conhece sabe qual minha postura e comportamento, para me fixar no que é mais relevante neste exemplo, ou seja, o conflito entre ser independente, provar que pode "pagar as contas" e a expectativa oscilante ( muitas vezes)  do cavalheirismo. Vou avisando de antemão que não somos videntes, nem adivinhos, logo se quer algo diferente do que disseram, nos informem claramente.

Longe de querer ter ou dar uma resposta, não tenho esta pretensão, o que gostaria de dizer é que todos nós, homens e mulheres, devemos é nos desarmar um pouco. Vendo o filme "Hitch",  uma comédia romântica com Will Smith, tenho de concordar que o papel do seu personagem, um conselheiro amoroso, somente existe porque as pessoas estão cada vez mais individualistas e na defensiva, privando-se de viver na plena essência, com tudo de bom e às vezes não tão bom que a vida nos reserva.

E como não tenho respostas, faço somente uma proposta....... Vamos nos permitir.....

"Eu vejo um novo 
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não, não, não...


Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...
"  Lulu Santos - Tempos Modernos

domingo, 11 de setembro de 2011

Cidadão do Mundo

 
"
O seu laço é de corte,
mas não aparta briga
A vida é quem escolhe quem
vai pra dividida
....
No buraco de silêncio
que precede o esporro
Àquele que o tempo e a hora
e a hora é mundo em que
todo mundo é morro
" Pára Pegador - O Rappa

Conforme mencionei uns post atrás, tenho uma querida amiga e blogueira que direta ou indiretamente foi para mim a motivação para eu começar a escrever o meu. Talvez ela não se lembre, mas estou certo que sim, que no seu último dia de trabalho em minha equipe ela foi até minha sala e me presenteou com uma carta. 

Timidamente ela me pediu que esperasse que ela partisse para que eu lesse a carta e apesar de toda curiosidade em ler respeitei seu último desejo. Ao abrir a carta, no fim do dia de trabalho, não posso negar que fiquei emocionado bem como surpreso pelo conteúdo e o texto de despedida. Ao ler, pude reforçar o preceito de que muitas vezes influenciamos a vida das pessoas sem saber e que isso modifica não só a forma de ver seu papel no mundo, como também seu compromisso que mesmo de forma velada você assume.

Dentre o conjunto de coisas, pessoas e histórias que deixamos na Líbia no dia 24 de fevereiro, uma delas foi esta carta. Parece-me que minhas coisas devem retornar ao Brasil e espero que entre elas, esta carta. Há coisas que o dinheiro não compra ( para as outras temos Mastercard....hehhe).

Toda esta introdução é para tratar do tema do post de hoje. Esta minha amiga mencionou em um de nossos chats no MSN que eu nunca abordei meu retorno ao Brasil nos meus posts. Creio que há uma uma imprecisão nesta afirmação, mas não deixa de ser verdade que, em parte, nunca tratei deste tema de forma isolada. E este é o mote do texto abaixo.

Minha volta ao Brasil ocorreu no dia 16 de abril. Voltei em razão de uma celebração da união dos meus pais e fazendo uma surpresa, ao invés de visitar algumas cidades de Portugal, cheguei ao Rio de Janeiro para jantar com eles. Ouvi muitos relatos de outros amigos de que a volta e a adaptação após anos no exterior é muito difícil e mais do que isso complicada.

Odeio frustrar as expectativas mas a volta e a adaptação para mim foram instântaneas. Hoje 4 meses como morador de São Paulo - Capital ( não vou escrever Sampa a pedido de um amigo corintiano, o Queixada..) posso dizer que estou plenamente adaptado. Cheguei a conclusão que me adapto em qualquer lugar do mundo e apesar dos laços fortes com família e amigos, não sinto a menor dificuldade em me adaptar e ajustar a realidade do local onde estou.

Queria também fazer um ajuste num registro histórico. Muitos amigos meus, afirmam e ainda pensam que minha volta especificamente ao Brasil deve-se ao fato de eu estar num momento de reconstruir minha vida pessoal que estava em "PAUSE" desde 21 de outubro de 2008. Este pensamento é completamente equivocado. 

Amo meu País, adoro o desafio que me foi proposto profissionalmente e estou certo de que será proveitoso e engrandecedor, mas minha volta é um sinal de gratidão e confiança em uma pessoa que sempre me estendeu a mão e apostou e visualizou minhas capacidades e dizer não, nestas circunstâncias,  é de acordo com meus valores, impossivel.

Eu sinto, não me pergunte como, que meu ciclo no exterior não terminou, este sim está em "PAUSE". Como minha vida sempre me levou para coisas boas, estou certo que inevitavelmente estarei viajando para novos lugares, conhecendo novas culturas e enriquecimendo minha vida através de imagens, sentimentos e novas sensações.

Assim, conclui que sou um cidadão do mundo, minha casa é onde estou no momento e por ter a felicidade de ter amigos em cada lugar por onde passei tenho sempre um lugar para ficar. Aprendi, entre outras coisas, a me alimentar de tudo de bom que esta ao meu redor tendo a certeza que minha casa, minha verdadeira casa, sempre estará a minha espera aqui no Brasil.

Minha vida pessoal, se quiserem saber, está bem obrigado. Cheguei a conclusão que a vida pessoal se resolve na medida e tempo certos e que isso não tem correlação de onde você está e sim do momento em que se vive. Mas talvez, tivesse que mudar meu contexto para realizar isso. Estar ou não em um grande centro não mudou em nada nem meus desejos nem sequer a minha busca.

Minha busca, não é de alguém, minha busca é de estar sempre feliz e vivendo de acordo com aquilo que me realize. Tudo mais que puder agregar ao longo do caminho será somente mais um motivo de alegria.

"
Eu não sou audiência
para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também
" Já sei namorar - Os Tribalhistas

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Melhor é impossível


Se há uma coisa que eu adoro e aprendi a apreciar é vinho. Ao longo dos meses em que morei em um apart hotel no Rio de Janeiro entre o trajeto de minha residência e o metro tinha (na verdade ainda tem) uma excelente delicatessen na Cobal.

Estando recém-separado e morando, portanto, sozinho acabei ficando amigo dos donos do lugar e todas as noites passava por lá, onde degustavamos os mais diversos tipos de vinhos ofertados por eles e como retribuição habitualmente eu comprava iscas de bacalhau, um grana padano ou muitas vezes um presunto de parma para acompanhar.

Isso me traz à tona uma palavra básica: Harmonização. Sim, tudo na vida requer Harmonia, seja uma garrafa de vinho com seu acompanhamento adequado, seja numa relação de respeito que deva existir entre as pessoas. Minha amizade com os donos é tão grande que mesmo estando ausente do País muitos anos, eles sempre perguntavam por mim e queriam saber quando estaria no Rio para botarmos o papo em dia.

Estando agora em Sampa, meu gosto por vinhos não diminuiu, pelo contrário aumentou. Aqui temos locais muito interessantes onde a proposta é você, mesmo sendo um leigo, poder degustar um conjunto distinto deles sem com isso ter que comprar várias garrafas. A sua maneira, consigo reproduzir aqui o mesmo hábito que criei quando morava no Rio, ou seja, degustar diversos vinhos e compartilhar com pessoas queridas sem apego a formalismos. 

Desta forma, recomendo a todos que quando vierem a Sampa, visitem o Empório Santa Maria, onde se pode degustar excelentes vinhos, com maravilhos queijos e embutidos e até se você for fã de mistura, apreciar uma comida japonesa. Tudo isso em um clima agradável, informal, descontraído e de bom gosto.

Se você for exigente serei mais detalhista e, ao invés de falar de uma simples degustação, vou propor uma viagem sensorial que é visitar uma vinícula. Que os vinhos nacionais me perdoem, mesmo sabendo que gosto não se discute, mas o local indicado para fazer isso para mim hoje é em Mendoza na Argentina. Gosto muito dos vinhos argentinos e os meus preferidos cujas vinículas recomendo visitar são a Luigi Bosca e Catena Zapata.

Outra coisa muito boa em São Paulo são as pizzas, tanto é que o universo de pizzarias que temos é tão grande que uma das mais famosas o "BRAZ" já possui filial no Rio de Janeiro, Tem também uma  sensacional aqui em Sampa na Vila Madalena, que se chama Santa Pizza. Lá, além das deliciosas pizzas pode-se comprar todos os objetos em exposição desde mesas, cadeiras e decorações da casa. Uma verdadeira mistura de um Antiquário e restaurante.

Da última vez que fui, uma grande amigo meu me levou lá com a família. Foi, sem dúvida, uma noite extremamente agradável e regada ao bom vinho provamos alguns diferentes tipos de pizza (o local tem sabores menos tradicionais) envoltos por uma decoração inusitada mas não menos interessante.

Neste dia, como ainda era visita nesta cidade, eles insistiram que eu era convidado deles e com isso pagaram a conta toda. Aceitei na condição de que retribuiria, em breve, não só o convite como também a gentileza.

Acredito que a companhia faz o lugar, mas estar com pessoas queridas e celebrar a oportunidade de compartilhar a alegria de dividir o momento, degustando um bom vinho com uma deliciosa pizza e dando boas gargalhadas.....

Melhor é impossível.