sábado, 30 de abril de 2011

O que o tempo leva...

"
I wanted everything for a little while
Why shouldn't I
I wanted to know what it was like
"  EBTG - Wrong

Existe sempre um momento da vida que temos de decidir que rumo tomar, que caminhos seguir e estas decisões nos conduzem pelas estradas de nossa vida. Como escrevi num dos primeiros posts deste ano, decidi experimentar, testar e me provar vivendo meu caminho aproveitando cada passo da jornada.

Alguns meses passados posso dizer que aceitei o meu destino. Nem sempre é fácil e muito menos torna nossa jornada menos complicada, mas como disse quero poder olhar para trás e ter a certeza de que a vida valeu a pena, ainda que com todos os hiatos e lacunas temporais que possam existir. E tem sido mais ou menos assim um conjunto de surpresas e misto de emoções num turbilhão de sensações que permeiam a minha história.

O que o tempo leva, título do post desta semana é fruto de uma longa reflexão que fiz nas últimas semanas desde meu último texto. E se nada foi publicado antes, não se deve a falta de inspiração ou de histórias a se escrever, na verdade tinha dois textos prontos e descartei ambos porque por alguma razão me pareceram incompletos. E escrever, para mim, não é apenas expor idéias, é ter de fato algo a dizer e mais do que isso, a compartilhar.

Definir o que e quando escrever, se tornou para mim, então, um caso sério e depois de exercitar minhas idéias cheguei a conclusão que o tempo somente leva aquilo que deixamos que se esvaia, tudo aquilo que, de forma leviana, deixamos que se perca no tempo e se distancie de fato de nós. Tirando isso,  o tempo é incapaz de apagar o que quer que seja, porque estará sempre vivo através das lembranças em nossa memória.

Um ciclo termina e outro começa. Novos desafios surgem, alguns reencontros acontecerão e para alguns amigos será hora de dizer até breve. As estradas podem ser diferentes mas tenho certeza que elas sempre acabam se encontrando mais a frente, na certeza de que o mundo é pequeno e cabe na palma de nossas mãos. Por isso, disse outro dia que nunca fui bom em dizer Adeus, porque de fato não acredito em adeus, acho que um até breve deixa sempre a certeza de uma porta aberta para o amanhã.

Com um novo ciclo, significa dizer que teremos novas história, contos e viagens para reportar. Mas isso não muda também o fato de que há muitas ainda não contadas que ainda vão povoar este Blog. Em comum, temos apenas a certeza de termos toda semana, ou pelo meno quase toda, um encontro marcado aqui.

Até semana que vem.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Café "Magoo"


"
But we're never gonna survive, unless...
We get a little crazy


No we're never gonna survive, unless...
We are a little...

Crazy...crazy...crazy
" Crazy - Seal

Há realmente algo de misterioso com a França e mais particularmente Paris. A primeira vez que estive aqui foi em dezembro de 2008 quando mal tinha começado minhas aventuras fora do Brasil, era tudo novo e acabara de chegar de Amsterdam (outro lugar fantástico) .

Lembro-me como se fosse hoje que assim que cheguei na estação, começou a nevar levemente. Incrível, nunca tinha visto neve na vida e ao mesmo tempo em que realizava um desejo, experimentava novas sensações térmicas também. Juro que deixei minhas coisas no hotel e não resisti, fui andar a pé por todo Rio Sena até chegar a famosa Torre Eiffel.

Já era inverno e eu lá numa fila gigantesca esperando para subir. Na época tinha um pretexto tolo de estar aqui, que era a renovação dos votos de Boa Sorte. Tolo, porque entendo que a vontade de estar ou partir de algum lugar deve ter uma razão específica e ao menos levemente nobre. Esta foi minha quarta visita França e realmente não me canso de visitar.

Entretanto, esta visita teve um aspecto particular que foi cumprir uns desejos meus reprimidos desde Dez/2008. O primeiro que só poderia ser realizado durante, principalmente, esta época, foi visitar os Jardins de Monet, perto de Vernon. Incrível você ser capaz de captar "in loco" a aura e as sensações do pintor, que serviram de fonte de inspiração para suas obras. A análise de um estilo, quadro ou trabalho é mais completa quando você pode entendê-lo usando outros sentidos do corpo que não somente a visão. 

O segundo, nem por isso menos importante, foi voar de balão. Foi sobrevoando a região de Fontainbleu e que, sem dúvida alguma, foi uma experiência única. Confesso, que apesar de fazê-lo sozinho, este passeio fica muito mais interessante se feito a dois. É uma daquelas atividades que se pode fazer desacompanhado, mas é muito mais legal a dois, principalmente porque no final, quando aterrisamos, temos um brinde com champagne. 
 
Além disso, fui ao Jardim de Luxemburgo, adorei, e foi muito legal ver um parque na primavera, cheio de jovens sentados na grama curtindo o dia, o sol e a vida. A vida pode ser tão simples, tão descomplicada, mas a gente fica lutando contra nossa própria natureza e instintos que, ao invés de simplficar as coisas, as complica. Fiquei sentado lá um tempo, vendo vários filmes passar na minha frente, admirando em silêncio.
 
À noite fui procurar um local para jantar, mas especificamente o que dá o título ao post de hoje, e foi duro de encontrar. Uma pessoa muito querida, me indicou o imperdível Café "Magoo" e disse que era fácil de achar, qualquer um em Paris, principalmente na região onde me hospedei saberia dizer.
 
Na recepção do hotel, um concierge solicito, mas confuso, me disse que nunca havia ouvido falar neste lugar. Ponderei que não era possível, meu amigo havia estado em novembro do ano anterior lá e foi taxativo sobre a necessidade de conhecer o local, mas diante da negativa na recepção, voltei ao meu quarto e procurei na internet.
 
Procura daqui, procura de lá e não é que acho o bendito....Só tinha uma detalhe, o nome é...Café Le Deux Magots ( "Magoo" , tá certo, só se fosse aquele desenho animado.....)
 
Realmente o lugar é excelente, jantei um Croque Madame com uma bela garrafa de vinho Francês e não só mantive a chama de voltar a Paris acesa como também a certeza de que quero voltar ao País, para repetir todas estas sensações e experimentar algumas outras.
 
Ah....já ia esquecendo, no último dia voltei a Torre Eiffel, subi até o topo e renovei meus votos de Boa Sorte. Afinal de contas, tradição é tradição.
 
Até sexta.