quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Enjoy the Silence


"
Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
...
Words are meaningless
And forgettable "
Enjoy the Silence - Depeche Mode

Engraçado como gosto desta música e ao invés do seu arranjo poder transparecer uma sensação de melâncolia, toda vez que ouço esta canção tenho uma sensação de paz e equilíbrio. A música também é antiga, apesar de ainda atual, e me remete a minha adolescência quando o Depeche Mode fazia muito sucesso ( diria que StrangeLove é a mais famosa) e quando era presença fácil nas festas e baladinhas.

Outro fato interessante é como uma pessoa tão falante como eu, possa gostar de ficar muitas vezes horas e horas em silêncio (não, não é impossível, fico horas em silêncio e não é porque estou dormindo, hehehe). Todas as minhas viagens são e foram permeadas por músicas, meu IPOD é meu companheiro imprescindível, assim como, também o é, no meu dia a dia (afinal a vida é também uma viagem).

Nestes roteiros turísticos, que se tornaram parte de minha vida, por alguns poucos momentos tive companhia de viagem e a experiência foi interessante e muito válida. Viajei, por exemplo, com uma amiga pelo Reino Unido ano passado e a foto que compõe o post de hoje foi tirada por ela momentos antes de entramos no ferry boat para irmos para a Irlanda. O mais interessante é que apesar de nos conhecermos há muitos anos (nos conhecemos em 2001, mas começamos a amizade de fato em 2002) , passar tanto tempo juntos (foram 10 dias de viagem) , o dia inteiro para ser mais preciso, era uma verdadeira incógnita para nós dois.

Para minha surpresa, apesar de muitas vezes parecer bastante introspectiva, e se preocupar com isso mais do que eu, posso dizer que foi muito bom passar este período com ela. Várias vezes me veio a mente o pensamento de "O quanto de verdade conhecemos uma pessoa?" e de como e quanto podemos nos surpreender positivamente ao conhecer outras nuances que um almoço, festa ou evento social não permitem transparecer. Existem pensamentos, sonhos, idéias, gostos e particularidades que somente dedicando este tempo juntos é que podemos realizar.

Estavamos outro dia conversando sobre como foi divertido quando na Escócia, a caminho das Highlands, paramos em um hotel, onde degustamos uma bela cerveja local, observando o fim do dia.  Acho que fazia tempos que não ria tanto, só falando besteiras o tempo todo. Às vezes, pequenos momentos como esse preenchem muito mais nossas vidas do que outros.

Ao fim da viagem, haviamos combinado fazer uma análise se havia valido a pena ou não viajarmos juntos, se a companhia tinha sido agradável e o programa produtivo. O resumo é que independentemente de nossas pequenas imperfeições e diferenças, conseguimos maximizar nosso tempo e aproveitar nossa viagem. Molhar os pés no mar e aproveitar a sensação de liberdade e desapego completos, refletidos pelo exato momento em que tirei esta foto, resumem a minha alegria no momento.

Isso também, fazendo um paralelo, me rmete a um momento ocorrido algumas semanas atrás. Aquele momento que alguém diz ou faz algo que te deixa triste ou te magoa e ao invés de mostrar grandeza e superioridade, você desfere aquelas palavras duras e contundentes , as quais você se arrepende no momento seguinte que as proferiu. Isso me lembrou uma citação de um filme que gosto muito com a Meg Ryan e Tom Hanks, segue abaixo: 

"
Wouldn't it be wonderful
if I could pass all my zingers to you?
....
But then, on the other hand,
I must warn you that
when you finally have the pleasure of saying
the thing you mean to say
at the moment you mean to say it,
remorse inevitably follows. "   Joe Fox - You've Got Mail Movie

E foi isso que ocorreu, não importa o quanto o fato tenha me incomodado, nada justificaria a forma como falei, mas quando realizei isso, já tinha dito. O título do post, mais de uma mensagem de busca constante de equilíbrio, é também uma reflexão de como devemos aproveitar o momento de ficarmos em silêncio e essa muitas vezes é a melhor resposta, não querer verbalizar um pensamento ou sentimento.....

"
Words are very
Unnecessary
They can only do harm
.....
enjoy the silence.... "
Enjoy the Silence - Depeche Mode.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O primeiro mês de namoro




"
Coisas fáceis, fazer um agrado
Coisas fáceis, abrir um sorriso
Coisas fáceis, estender os braços
Coisas fáceis, agir com juízo


São coisas pra se fazer
Sem esperar recompensa
São coisas pra se querer


Coisas tão simples
E tão difíceis de esquecer " Coisas Fáceis - Luciana Mello


Eu tenho um pé no romantismo, é fato. Já tive muito mais é verdade e não sei se em razão da idade ou pelo fato de minha espécie estar na lista de extinção do IBAMA, ultimamente minha motivação em desenvolver ou estimular este lado mais sensível (lá ele) já não é mais a mesma.

Mas houve um tempo, muito tempo atrás, onde este lado aflorava em mim por todos os meus poros. Cartões do Garfield, poemas, flores, presentinhos e aquelas pequenas lembranças personalizadas que marcam e identificam o apreço específico que você tem por aquela pessoa.

Minha primeira ex-mulher, Ana, é uma daquelas mulheres, talentosas, sensíveis e românticas. Que montam cartões personalizados, dão aquele apelidos carinhosos e específicos que ditos em público fazem você corar, mas que na intimidade são até divertidos. (Não não vou dizer qual era o meu, hehe)

Comecei a namorar com ela em janeiro de 1994 e quando completamos o primeiro mês de namoro decidimos comemorar em alto estilo, jantando num restaurante chique em Ipanema/Rio de Janeiro. Comprei um daqueles cartões do Garfield, um par de brincos e uma ovelhinha de pelúcia daquela que faz barulho quando você aperta (hoje parece brega, mas na época era um sucesso com a mulherada, todo tipo de animal....um verdadeiro zoológico).

O único detalhe e este foi o truque é que ao invés de dar o presente de imediato, guardei tudo no porta-malas e deixei para dar a ela depois do jantar e não falei nada sobre isto. Ela para variar veio cheio de surpresinhas e uma caixa enorme da Richards (loja chique que temos no Brasil) e foi me dando além de um beijo prolongado e gostoso, é claro, um cartão que ela fez e me pediu para lê-lo no carro. Lindo, sem dúvidas, agradeci e seguimos para o restaurante.

Chegando no restaurante, ela me entregou a caixa do presente toda sorridente e com aquele ar de confiança e satisfação. Eu abri e lá estava uma linda camisa social,  ela sempre teve extremo bom gosto, e obviamente agradeci dando-lhe um beijo. Ela, ansiosa agora, ficou esperando o presente dela e nada......O jantar passando e nada.....A sobremesa chegando e nada.......

Resolvi comentar que a vida de universitário era muito difícil, que a grana estava curta, o mundo muito complicado e que como não esperava receber presente no primeiro mês, não havia planejado, nem comprado nada. Ela obviamente com uma cara de decepção disse que não tinha problema que sabia com eram estas coisas ( depois ela confessaria que pensou: "Só arrumo estes pé rapados, impressionante...") e em seguida amarrou a cara o resto da noite.

Em dado momento, ela reparou que estava usando um relógio novo e disse: "Nossa, que relógio bonito !" Eu, mais que prontamente, respondi que sim e que o havia comprado naquele dia mesmo, afinal de contas precisa cuidar de mim..... Nem preciso que aquilo foi a gota d'água e ela fechou a cara o resto da noite revoltada como eu podia ser tão insensível e só me preocupar comigo ( ela não disse isso, é claro, somente dava para ler que ela pensava isso...heheh)

Pagamos a conta, sugeri dividir, afinal de contas vida de universitário não é mole....( estava malvado esta noite, heheh) e ela concordou. Voltamos para o carro, dei a volta por trás do carro e ai abrindo o porta malas sem ela ver, peguei todos os presentes e quando entrei no carro comentei:

MM : Olha só o que encontrei no porta malas....acho que é para você....
Ana : Jura? para mim?
MM: Claro, você acha que tinha me esquecido de você e da data?
Ana: Achei que mais uma vez tinha escolhido um daqueles pé-rapados...
MM: Não , Não , fiz de propósito, só para dar uma emoção.....
Ana: Quase ia terminando com você...
MM: Bom ainda bem que não terminou, abre e vê se você gostou.....

Bom, nem preciso dizer se ela gostou, porque obviamente se nos casamos , não me sai tão mal assim...hhehehe. Mas aprendi a lição, nunca mais brinco com essas coisas.....

sábado, 15 de janeiro de 2011

The True Greatness


You 're an artist man.
Your job it's break through barriers
Not accept blame and bow and say:
"Thank you I am a loser , I'll go away now" Claire Colburn - Elizabethtown

Antes de mais nada, Feliz 2011 a todos. Andei sumido é fato, mas não porque perdi o desejo e o compromisso de escrever, nem tão pouco porque as idéias não surgiram em minha mente. Creio que passei por um momento em minha vida muito comum a todos que é um hiato e ao mesmo tempo uma preguiça em transformar idéias em palavras e palavras em textos. Este post de hoje venho planejando desde o Natal que passei pela segunda vez longe de minha família, mas ao lado daqueles com quem trabalho e compartilho o desafio de estar trabalhando em outro País.

Para aqueles que ainda não sabem eu moro na Líbia há aproximadamente 2 anos e 3 meses e sem ter achado antes o tempo necessário para me dedicar, sentar a frente de uma máquina e começar a escrever, precisei chegar a quase a metade do mês de janeiro e começar os trabalhos. Pois bem, aqui vamos nós e veremos como me saio em mais este ano.

Estava estes dias revisitando o filme "Elizabethtown" que já foi motivo de um post anterior e desta vez me deparei com um outro ângulo que havia me escapado ou talvez não tenha dado a relevância na oportunidade. Apenas para relembrar, no filme, o ator principal vem de um fracasso retumbante e está aguardando o momento de sua completa e total humilhação pública, tornando-o um dos maiores fracassos na área em que atua e que é a única coisa que ele gosta e sabe fazer.

E isso me fez refletir sobre os momentos em que descobrimos o que somos ou de que material somos feitos; de como as adversidades, mais do que divisores de água, são na verdade berços de oportunidades que através das quais nos permitimos aprender, crescer e corrigir rumos.

A capacidade de superar obstáculos ou de mesmo diante de um resultado adverso crescer, depende única e exclusivamente, se você é capaz de enxergar o cénario, entender a mensagem e se reprogramar como forma de transpor este momento. Se você é capaz de manejar todas estas operações significa que estará inevitavelmente no caminho de se tornar uma pessoa melhor.

Vendo o filme me relembrei como o mundo e a sociedade somente nos prepara para ganhar ou espera de nós apenas o sucesso. Fracassar não é uma opção alguns dizem. Mas o que é de fato fracassar? Quais as verdadeiras veias a serem seguidas que nos levam para o sucesso? Lendo a trajetória de vários empresários de sucesso, pode-se perceber que muitos deles acumulam retumbantes fracassos, até chegarem a posição que ocupam hoje.

O que todos estes empresários tiveram foi a exata coragem de erguer a cabeça e recomeçar, avaliando o que deu errado em cada uma de suas escolhas e corrigindo o trajeto. Mas para fazer isso, você deve ter a bravura de manter-se aonde está e independentemente de olhares e comentários ser capaz de prosseguir.

Lembro-me de uma citação (não sei se está traduzido exatamente assim) do livro O Poderoso Chefão de Mario Puzo : "Don Corleone não era um homem que se podiar tratar levianamente. Havia cometido muito poucos erros durante a vida e havia aprendido com cada um deles." Este trecho resume o que mencionei: Todos os grandes líderes inevitavelmente já conviveram com revéses e o que os tornaram verdadeiramente grandes foi como aprenderam a sobreviver a eles.

O fato de se buscar o caminho mais fácil reside também na globalização que existe hoje e que permite que estejamos em vários lugares do mundo, mudemos de casa ou de emprego numa velocidade impressionante. Além disso, tem muita correlação com a dinâmica do mundo de hoje, onde a superficialidade e também o caráter descartável das coisas impede, muitas vezes, que haja o compromisso em se terminar o que começou. Seja como for tenho para mim que a vida, de forma resumida, depende de escolhas: Escolha de ir, escolha de ficar, escolha de querer um novo desafio, escolha de experimentar o novo e o desconhecido, escolha de ser conservador.

Dalai Lama diz que existem apenas 2 momentos na vida em que não podemos mudar nada: AMANHÃ e ONTEM. Tirando isso existe o HOJE que nos permite se não mudar o início de uma história, ao mesmo nos facultar a mudança do seu final. Portanto, nada melhor do que HOJE para começar a mudança.

Fiz uma reflexão sobre o ano que passou e as oportunidades que tive e aproveitei e outras que tive e não soube aproveitar direito e/ou deixei passar. Porque o fato também é que, na vida, tudo é uma questão de timing, como diria a canção de Adriana Calcanhoto: "

"Vem Vambora,
  Que o que você demora
  É o que o tempo leva..."  Vambora

E quando olhamos, já passou e temos apenas as lembranças, e a esperança e o desejo incerto que o ciclo se repita e a oportunidade aflore novamente. Por isso creio que a grandeza, a verdadeira grandeza, está na capacidade arriscar e não ter medo de tentar e experimentar. Porque no final, tudo se resolve e converge para o melhor e quanto a isso não tenho dúvidas. Espero que este ano seja um celeiro de oportunidades e acima de tudo realizações.

A foto do post de hoje não tem nenhum significado especial antes que me perguntem. Foi apenas uma foto que tirei ano passado numa road trip que fiz pelo Reino Unido mas que sintetiza a idéia do post : Viaje, experimente, arrisque e mais do que tudo ..... VIVA.

"
Medo de se arrepender

Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
...
Medo... que dá medo do medo que dá " Miedo - Lenine

Que cada um seja capaz deste ano encontrar a sua verdadeira grandeza e realização e que este seja apenas um de muitos posts a escrever este ano. Segue abaixo um pensamento o qual compartilho.


"You wanna be really great?
 Then have the courage to fail big and stick around.
 Make them wonder why you're still smiling.
 That's true greatness to me." Claire Colburn - Elizabethtown